Eduardo Bolsonaro
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) falou, nesta quinta-feira (28), sobre a possibilidade de as Forças Armadas colocarem "pano quente" no conflito entre os Poderes para restabelecer o "jogo democrático". A declaração vem um dia após o ministro do Supremo Alexandre de Moraes autorizar uma operação no inquérito que apura fake news e mensagens contra a Corte. Seis deputados federais bolsonaristas, além de aliados e militantes do presidente Jair Bolsonaro foram alvos da ação.

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"Eu vou me valer de novo das palavras de Ives Gandra Martins: o poder moderador para restabelecer a harmonia entre os Poderes não é o STF, são as Forças Armadas (...) Eles [Forças Armadas] vêm, põem um pano quente, zeram o jogo e, depois, volta o jogo democrático. É simplesmente isso", afirmou Eduardo à rádio Bandeirantes.

Em março, o jurista Ives da Silva Martins afirmou em vídeo que a atuação de ministros do STF poderia, segundo ele, resultar em intervenção das Forças Armadas para solucionar um impasse entre os Poderes.

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Ivo estaria fazendo uma interpretação do artigo 142 da Constituição. que diz que as Forças Armadas são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

O deputado ainda disse que a possibilidade das Forças Armadas atuarem depende do "clamor popular" e citou o golpe de 1964 como exemplo.

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"Os militares [em 1964] só entraram em ação depois do clamor popular. Ninguém quer isso. No entanto, as pessoas que não conseguem enxergar dentro do STF e no Congresso instrumentos para reverter esse tipo de desarmonia entre os Poderes, eles se abraçam no artigo 142".

Nesta quarta-feira, dia da operação, Eduardo defendeu que o ministro Moraes deveria ser punido por abuso de autoridade e que uma "ruptura" não é questão de "se", mas de "quando". O filho do presidente disse também que "quando chegar ao ponto que o presidente não tiver mais saída e for necessários uma medida enérgica ele é que será tachado como ditador".

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