O secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, deixou o cargo nesta segunda-feira (25). A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União. O Ministério da Saúde disse que o substituto será informado nas próximas edições do DOU.
Covid-19: Mortes sobem para 23,4 mil no Brasil; casos passam de 374 mil
O enfermeiro epidemiologista pediu demissão do cargo no último dia 15 de abril, mas permaneceu na função a pedido de Luiz Henrique Mandetta. Em e-mail enviado a servidores do Ministério da Saúde, ele diz que decidiu permanecer “por mais algumas semanas” a pedido do ex-ministro da Saúde. “Ainda na gestão do (então) ministro (Nelson) Teich, acordamos que após minhas férias, dia 20/05, iríamos definir a data de saída.”
Durante a gestão de Mandetta, Oliveira foi uma das autoridades do ministério que mais participaram das ações para enfrentar a pandemia. O secretário tambêm defende o isolamento social
como estratégia para frear o novo coronavírus. A medida é criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirma que esta ação é prejudicial à economia.
"Não há perspectiva de lockdown imediato", diz Doria sobre isolamento mais duro
Oliveira é servidor do Hospital das Forças Armadas em Brasília e se reapresentará à instituição. "Apesar de sair da função de Secretário de Vigilância em Saúde, continuarei ajudando ao Ministro Pazuello nas ações de resposta à pandemia. Somos da mesma instituição, Ministério da Defesa e conosco é missão dada, missão cumprida", disse Wanderson.
Você viu?
Histórico e perfil
Wanderson é enfermeiro e doutor em epidemiologia com mais de 20 anos de experiência, sendo 15 deles no Ministério da Saúde, segundo a própria pasta. Ele é servidor público federal e tem passagens pelo Ministério da Defesa e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Doutor em epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele coordenou a resposta nacional à pandemia de influenza e à síndrome da zika congênita e atuou como ponto focal para o regulamento sanitário internacional e eventos de massa, como Copa do Mundo e Olimpíadas, segundo o governo.
Ele tem especialização pelo programa de treinamento em epidemiologia aplicada ao SUS pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Geórgia, nos Estados Unidos. É especialista em epidemiologia pela Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, também nos Estados Unidos, e é professor da escola da fundação Oswaldo Cruz, em Brasília.