Presidente Jair Bolsonaro
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Presidente Jair Bolsonaro

Apesar de alegar que estava preocupado com a segurança dos seus filhos no Rio de Janeiro na reunião ministerial do 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro promoveu o responsável por essa função menos de um mês antes da reunião. Como revelou o "Jornal Nacional", Bolsonaro promoveu no final de março o então diretor do Departamento de Segurança Presidencial e colocou o seu número 2 no lugar.

Entre as funções desse departamento, que é vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), está zelar pela segurança pessoal do presidente da República, do vice-presidente e dos seus familiares. Esse órgão era ocupado até o final de março por André Laranja de Sá Corrêa. Entretanto, no dia 26 de março ele foi promovido a general de brigada e foi transferido para o comando da 8ª Brigada de Infantaria Motoriza do Exército, localizada em Pelotas (RS).

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A promoção de oficiais-generais é prerrogativa do presidente da República e deve ocorrer de acordo com o mérito. O cargo atualmente ocupado por Sá Corrêa é importante dentro da estrutura do Exército e já foi ocupado pelo atual ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Para o lugar de Sá Corrêa, Bolsonaro colocou Gustavo Suarez, que até então era diretor-adjunto do departamento.

A mudança contradiz a versão de Bolsonaro que ele queria, e não conseguiu, ter feito mudanças na segurança de familiares. Na reunião do dia 22, de acordo com transcrição apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), Bolsonaro disse querer trocar a "segurança nossa" no Rio. "Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f* minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", declarou.

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Na manhã desta sexta-feira (15), Bolsonaro afirmou novamente que estava se referindo à "segurança familiar": "Eu espero que a fita se torne pública para que a análise correta venha a ser feita, tá? A interferência não é nesse contexto da inteligência não, é na segurança familiar. É bem claro, segurança familiar. Eu não toco PF e nem Polícia Federal na palavra segurança".

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