Bolsonaro e Moro em 2019
Marcos Corrêa/PR - 7.9.2019
Bolsonaro e Moro em 2019

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria dito a aliados em uma conversa reservada na última semana que vê o ex-ministro Sérgio Moro como "candidatíssimo", segundo relatos divulgados nesta quarta-feira (6) pela Folha de S. Paulo . Para Bolsonaro, Moro tinha pretensões políticas mesmo antes de sair do governo e tem certeza que o ex-ministro será seu adversário nas eleições Presidenciais de 2022.

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Bolsonaro teria considerado que a forma como Moro saiu do ministério da Justiça e Segurança Pública, no último 24 de abril, reforçou sua hipótese. Moro, no entanto, sempre afirmou publicamente que não considera disputar cargos eletivos.

O presidente acredita que o cenário mais favorável para se reeleger em 2022 , seria disputar o segundo turno com alguém de esquerda ou centro-esquerda. Dessa forma, Moro atrapalharia seus planos, já que ele surge como uma alternativa no campo da direita e poderia tomar parte do eleitorado de Bolsonaro.

Devido a isso, segundo os relatos de aliados ao jornal, Bolsonaro tinha receio de indicar o ex-ministro para uma das duas vagas que ele tem direito de indicar ao Supremo Tribunal Federal durante seu mandato. 

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O presidente teria dito a deputados aliados que Moro poderia usar a posição para ganhar projeção eleitoral e para votar nos pleitos do STF contra os interesses dele – o que seria um ataque público a Bolsonaro, segundo a lógica dele.

Bolsonaro também temia que Moro, caso fosse nomeado à vaga no STF , fosse a favor dos inquéritos de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado por suposta participação de um esquema de rachadinha no Rio de Janeiro, e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), identificado em uma  investigação sigilosa como articulador de um esquema criminoso de fake news. 

A ideia inicial do presidente, de acordo com assessores presidenciais, seria manter Moro no governo. Dessa forma, ele poderia manter o controle do ex-ministro e tentar enfraquecê-lo, retirando a pasta de Segurança Pública do seu comando. 

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Contudo, nos últimos momentos de ex-ministros no governo, Bolsonaro não lutou para mantê-lo no cargo e teria dita que se sente aliviado pela saída de Moro. 


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