O presidente Jair Bolsonaro recebeu na manhã desta segunda-feira (4), no seu gabinete no Palácio do Planalto, o coronel da reserva do Exército, Sebastião Curió Rodrigues de Moura, um dos chefes da repressão à Guerrilha do Araguaia, nos anos 70, durante a ditadura militar. O encontro durou 25 minutos, entre as 10h20 e as 10h45, mas só foi incluído na agenda oficial do presidente às 21h22, depois de ser revelado pela coluna de Rubens Valente, do UOL, e após questionamentos da imprensa.
Em entrevistas públicas e em depoimentos à Justiça, Curió já disse que o Exército teria executado 41 guerrilheiros no Araguaia. Ao jornal "O Estado de S. Paulo", em 2009, Curió abriu uma mala cheia de papeis em que anotava, supostamente, detalhes de diversas dessas mortes. Os 41 militantes de esquerda teriam sido mortos, segundo ele, fora do campo de combate, quando não ofereciam risco aos militares.
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O militar da reserva, que tem 81 anos e ficou conhecido como "Major Curió", foi acompanhado de mais quatro pessoas, entre eles seu filho, Sebastião Curió Júnior e Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo dos três filhos mais velhos de Bolsonaro e assessor do senador Chico Rodrigues (DEM-RR). O parlamentar, por sua vez, divulgou cinco fotos da visita, que classificou como um "registro histórico".
"Homem de honra, que prestou serviços ao Exército brasileiro e a nossa nação. Fico feliz em vê-lo com saúde, para nos orgulhar da sua carreira no Brasil. Coronel Sebastião Curió o defensor dos garimpeiros do Brasil", escreveu Rodrigues.
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As imagens mostram que Curió, em uma cadeira de rodas, levou uma boina verde do Exército, usada por Bolsonaro, sorrindo e ajoelhado ao lado do coronel da reserva.