O presidente Jair Bolsonaro convidou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), para uma conversa no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (4), um dia depois de participar de um ato de apoio a seu governo e de ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na conversa, que durou 45 minutos segundo a agenda oficial de Bolsonaro, os três discutiram a união entre os três Poderes e o fortalecimento da democracia, segundo relatou Caiado no Twitter, no início da noite.
O encontro ocorreu em meio à repercussão de declarações do presidente da República na manifestação do domingo, quando ele disse que não vai mais "admitir interferência" em seus atos no governo. Na fala, transmitida em suas redes sociais, Bolsonaro afirmou ainda que "acabou a paciência".
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"Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três poderes, e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega de interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência. Vamos levar esse Brasil para frente", declarou Bolsonaro.
Alcolumbre estava reunido com Caiado na residência oficial do Senado quando Bolsonaro telefonou e pediu para que eles fossem ao Planalto. Segundo interlocutores do parlamentares, não havia uma pauta pré-determinada, mas um dos assuntos foi a ajuda a Estados e municípios aprovada no sábado pelos senadores. O governador de Goiás informou que agradeceu pelo projeto de "socorro".
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Na conversa, os dois defenderam junto a Bolsonaro a importância de, no momento da pandemia do novo coronavírus, respeitar a independência e harmonia dos poderes, manter as instituições fortes, pela segurança da população. Saíram com a impressão de que o presidente foi receptivo, parecendo "disposto" e ouvindo as sugestões.
Do Planalto, os três foram juntos ao velório da mulher do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, para prestar solidariedade. Na ocasião, foram acompanhados pelo presidente do STF, Dias Toffoli.
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A reunião com Caiado, a convite do presidente, marca a reaproximação entre o governador e Bolsonaro, com quem ele anunciou o rompimento no dia 25 de março. Então aliado próximo do presidente, ele disse que o chefe do Executivo não poderia "lavar as mãos" e "responsabilizar" outras pessoas por um eventual "colapso" econômico.
Desde então, os dois só haviam se encontrado uma vez, em visita às obras do primeiro hospital de campanha federal, em Águas Lindas de Goiás. Quando eles se aproximaram, Caiado ofereceu álcool gel a Bolsonaro. O então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), também estava no local.