Foi aberto inquérito contra ex-ministro Sergio Moro, que deve apresentar provas de acusações contra Bolsonaro
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Foi aberto inquérito contra ex-ministro Sergio Moro, que deve apresentar provas de acusações contra Bolsonaro

O ex-ministro da justiça, Sergio Moro,  já está prestando depoimento na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba neste sábado (2). Moro é investigado por expressar, segundo ele, a interferência do presidente Jair Bolsonaro no comando e investigações da Polícia Federal. O depoimento estava marcado para 14 horas. Ele chegou 10 minutos antes disso, acompanhado de seu advogado.

O Procurador-Geral da República, Augusto Aras pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito contra Moro sobre as acusações do ex-ministro sobre Bolsonaro e as mudanças na Polícia Federal. Esse teria sido o motivo de Moro para sair do ministério da justiça, concretizada na  exoneração de Maurício Valeixo da diretoria da PF, mudança promovida por Bolsonaro.

O ex-ministro da justiça é ouvido sobre: crime de denunciação caluniosa e crime contra a horna (calúnia, difamação e injúria) contra Bolsonaro, além de crime de prevaricação (agir contra a lei em interesse pessoal). Moro pode apresentar provas obtidas de forma legal e até mesmo se manter em silêncio, segundo o direito.

Moro afirmou se sentir intimidado pela forma como o processo está sendo conduzido por  Aras, que respondeu ao ex-ministro dizendo que "ninguém está acima da Constituição".

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Antes do início do depoimento de Moro em Curitiba,  protestos aconteceram nos arredores da Superintendência: de um lado, apoiadores de Moro e de outro, de Bolsonaro.

Entenda 

Augusto Aras foi indicado pelo presidente Bolsonaro ao cargo de PGR – contrariando a lista tríplice de indicação do Ministério Público – e isso levantou questões sobre o relacionamento do presidente e Aras, que toca no aspecto de independência da Procuradoria.

Celso de Mello, ministro do STF, passou a presidir o inquérito de Moro e pediu a PF para colher o depoimento do ex-ministro. Em seguida, Aras designou três procuradores para acompanhar o depoimento, o que mostra o interesse da Procuradoria em acompanhar de perto o caso.

Além disso,  Moro afirmou em entrevista à revista Veja que o "combate a corrupção não é prioridade do governo Bolsonaro."

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