O presidente Jair Bolsonaro
voltou a falar sobre a possibilidade de demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta
, durante transmissão ao vivo nesta quinta-feira (9) e disse que o "paciente pode trocar de médico". A declaração é uma resposta a um discurso que Mandetta fez na segunda (6), quando disse que permanceria no comando do Ministério da Saúde. Na ocasião, o chefe da pasta disse que "médico não abandona paciente", sendo que o paciente, nesse caso, seria o Brasil.
Desde o início da semana, a incerteza tomou conta do governo federal em meio à possibilidade de demissão de Mandetta durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Na segunda, Bolsonaro teria decidido tirar o ministro de sua equipe, mas foi convencido do contrário pela ala militar do governo, principalmente pelos ministro Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Nesta quinta-feira, quando a situação a situação já parecia ter se acalmado, um aúdio de uma conversa entre o ministro Onyx Lorenzoni (Cidadania) com o deputado Osmar Terra gravada pela CNN Brasil mostrou os dos conversando sobre a possibilidade de demissão de Mandetta .
Em um trecho do diálogo, Onyx diz que "teria cortado a cabeça dele [Mandetta]". "Ali para mim foi a pá de cal. Eu já não falo com ele [Mandetta] há dois meses. Aí acho que é xadrez. Se ele sai vai acabar indo para a secretaria do Doria", afirmou o ministro.
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A esse comentário, Terra respondeu que ajudaria a tirar ministro da Saúde do comando da pasta. "E não precisa ser eu o ministro, tem mais gente que pode ser", disse o deputado.
Ao colunista Gerson Camarotti, Mandetta evitou fazer comentários sobre esses acontecimentos, mas fez um desabafo. "Há uma crise de valores, há uma crise ética. Cada um faça o seu juízo, mas crise ética é o que mais se vê neste momento de epidemia", lamentou.