O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quarta-feira (8) o relaxamento das medidas de isolamento social adotadas por governadores contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), mas disse pensar em converter o decreto que aventou editar determinando a ampliação de categorias essenciais em um projeto de lei a ser enviado ao Congresso.
"Não pode é, como se estivesse vivendo num clima de guerra, onde se tivesse dado toque de recolher 24 horas por dia", declarou Bolsonaro, em entrevista por telefone no início da noite a José Luiz Datena, do Brasil Urgente , da Band.
O presidente comentou que "tem estado que já está abrindo", citando o Distrito Federal, que, segundo ele, "já abriu muita coisa". E relatou ter ouvido de um colega de São Paulo que o trânsito de carros já foi maior do que ontem, para dizer que isso está acontecendo no Brasil todo.
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"Os governadores, os prefeitos, que no meu entender, alguns tomaram medidas em desacordo com a população têm que refazer o seu programa e voltar a abrir o comércio. Quem tem abaixo de 40 anos não tem que se preocupar. De 40 a 60, tem as suas preocupações. E acima dos 60, é cuidado máximo", afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro foi questionado sobre a liberdade de cada Estado para tomar as respectivas providências contra a Covid-19 e explicou que enviaria o projeto porque a sua intenção inicial de decidir por decreto seria "o problema enorme" que ele teria na Justiça e no Legislativo.
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"Eu fiz um anúncio dessa possibilidade e, poucas horas depois, o presidente da Câmara [Rodrigo Maia] disse que derrubaria, via projeto de decreto legislativo, o meu decreto. E também tive notícias que o meu decreto iria sofrer impedimentos, vamos assim dizer, ações na Justiça a partir da primeira instância. O que é que diz, basicamente o meu decreto, que está aqui para ser assinado, mas eu estou estudando se assino ou não assino? Porque eu vou ter um problema enorme na Justiça e no Legislativo. Penso até em transformar meu decreto em projeto de lei, e mandar para o Parlamento decidir", declarou o presidente.
O presidente comentou que estava ao lado do deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), que é vice-presidente da Câmara, e disse que essa seria "uma boa pauta para ele discutir". E reforçou o seu entendimento de que a atividade essencial é aquela indispensável para o homem poder levar um prato de comida para os seus filhos em casa.