Procurada, a defesa de Paulinho da Força ainda não comentou.
Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados
Procurada, a defesa de Paulinho da Força ainda não comentou.

A Procuradoria-Geral da República ( PGR ) apresentou denúncia contra o deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob acusação de ter recebido R$ 1,8 milhão de propina da Odebrecht. A acusação foi protocolada nesta segunda-feira junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Edson Fachin .

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Os investigadores obtiveram acesso a áudios da corretora de valores Hoya, responsável por realizar pagamentos em dinheiro vivo para a Odebrecht, e detectaram diálogos entre os entregadores de dinheiro e um assessor de Paulinho da Força, Marcelo Cavalcanti, combinando as entregas. A existência do diálogo foi revelada pelo GLOBO e faz parte de um pacote de 750 mil áudios entregue pelo delator Álvaro Novis, da Hoya.

Segundo a acusação, a empreiteira Odebrecht esperava, em troca dos pagamentos, obter ajuda de Paulinho da Força para apaziguar movimentos sindicais e apoio à privatização do setor do saneamento, que se tornou uma das bandeiras do partido Solidariedade.

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Os pagamentos foram feitos na própria sede da Força Sindical, aponta a PGR. A denúncia é assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo, responsável pelos casos da Lava-Jato perante o STF. Também foram denunciados Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, executivo da empreiteira, mas a PGR pede que o Supremo conceda a eles os benefícios acordados na delação premiada.

"Em 22/08/2014, 04/09/2014, 11/09/2014 e em 16/09/2014, na cidade de São Paulo/SP, na sede da Força Sindical em São Paulo/SP, com vontade livre e consciente, PAULO PEREIRA DA SILVA (“PAULINHO DA FORÇA”) solicitou e recebeu, em 04 (quatro) oportunidades, para si, indiretamente, por meio do Chefe de Gabinete MARCELO DE LIMA CAVALCANTI, vantagens indevidas no total de R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais), em razão da função pública de parlamentar, divididas em R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em 22/08/2014, R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em 04/09/2014, R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em 11/09/2014 e R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) em 16/09/2014", diz trecho da denúncia.

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Na acusação, a PGR pede que Paulinho e seu assessor Marcelo Cavalcanti sejam condenados a devolver R$ 1,8 milhão aos cofres públicos e pagar mais outros R$ 1,8 milhão a título de indenização por dano moral coletivo . Procurada, a defesa de Paulinho da Força ainda não comentou.

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