"Alguns morrerão? Morrerão. E lamentamos? Lamentamos", disse o presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao programa Alerta Nacional, da Rede TV, na noite desta segunda-feira (30). Em partipação por telefone no programa sensacionalista, Bolsonaro tentou justificar saída no domingo (29) no Distrito Federal e criticou jornalismo.
Bolsonaro afirmou que em seu passeio por Ceilândia e Taguatinga (DF), tinha a intenção de conversar com trabalhadores informais e pessoas de baixa renda. Com isso, o presidente quebrou as recomendações de isolamento durante a pandemia de covid-19.
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"A letalidade é quase zero", disse Bolsonaro no programa. Mas segundo os dados atualizados do ministério da saúde, a letalidade no Brasil é de 3,5% e o número tem crescido.
O apresentador do programa, Sikêra Júnior, disse que "ligar a TV hoje é um desespero para os mais velhos: [notícias de que] morreu um, morreu dois, na Itália morreu três ". O número de mortos na Itália, no entanto, passou de 11 mil nesta segunda-feira (30).
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Bolsonaro atacou novamente o jornal Folha de S.Paulo, dizendo que foi "falta de caráter desse jornal" chamar saída do presidente em meio à pandemia de "passeio". O presidente reclamou também da queda no turismo e disse estar preocupado com desemprego.
Além disso, Bolsonaro adotou tom conspiracionista e disse que "há interesse de alguns governadores em inflar o número de mortes por coronavírus" para receber verbas federais.