A coletiva de imprensa desta segunda-feira (30), sobre o covid-19 no Brasil , está diferente das que têm acontecido no último mês. Em vez de ter somente a presença do ministro da saúde (Luiz Henrique Mandetta) e secretários, a entrevista conta com a participação de outros cinco ministros.
Os ministros Onyx Lorenzoni (cidadania), Tarcísio Gomes de Freitas (infraestrutura), Braga Netto (casa civil), André Luiz de Almeida Mendonça (avocacia-geral da União), e o Tenente-Brigadeiro Raul Botelho (chefe do Estado Maior das Forças Armadas) dividiram a bancada com Mandetta .
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A nova configuração estaria relacionada ao fato de o presidente Jair Bolsonaro estar incomodado com o protagonismo do ministro da Saúde. Bolsonaro estuda acabar com as entrevistas coletivas concedidas diariamente pela equipe da pasta responsável pelo enfrentamento do novo coronavírus no país.
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A ideia é concentrar os anúncios do governo federal no Palácio do Planalto , também como uma forma de transmitir a imagem de união entre saúde e economia preconizadas pelo presidente no combate à crise.
Desde a semana passada, os dados sobre covid-19 no Brasil têm sido disponibilizados na plataforma oficial covid.saude.gov.br . As informações sobre números de mortos e de casos no país saem em primeira mão no site, e não mais pelas entrevistas do ministério da saúde.
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O presidente convive hoje com especulações sobre a eventual demissão
do ministro da Saúde, por divergências sobre a estratégia de combate à doença e a adoção do isolamento no país.
No sábado, Mandetta participou de uma coletiva em que manifestou apoio ao isolamento daqueles que podem ficar em casa. No domingo, Bolsonaro contrariou essas orientações e foi às ruas da Ceilândia e Taguatinga, no Distrito Federal.