Na última sexta-feira, 27, o ex-prefeito do Rio de Janeiro , Eduardo Paes , foi denunciado pelo Ministério Público Federal à 3ª Vara Federal Criminal do Rio por irregularidades nas obras do Complexo Esportivo de Deodoro , construído pela Prefeitura para as Olimpíadas de 2016. Hoje, 28, circula nas redes sociais um vídeo em que Paes rebate as acusações, afirma inocência e diz que vai prová-la enquanto o processo está em curso.
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Eduardo responderá por corrupção passiva , fraude à licitação e falsidade ideológica ao lado de 23 outros alvos; entre eles empreiteiros da OAS e da Queiroz Galvão. O relatório apresentado pelo procurador do MPF Fernando Aguiar detectou que, ao menos, R$119 milhões foram desviados da obra e parte do dinheiro abasteceu contratos falsos para descarte de 2 milhões de toneladas de resíduos.
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS que está detido desde 2016 , revelou em delação premiada que Paes teria solicitado que a empreiteira formasse um consórcio com a Queiroz Galvão para vencer a licitação. O motivo do pedido seria o de permitir que a Queiroz Galvão utilizasse atestado de capacidade técnica da OAS que a permitiria tocar a obra do Complexo Esportivo de Deodoro .
O ex-prefeito diz no vídeo que, em momento nenhum, Pinheiro apresentou referências a qualquer ato que justificasse a denúncia de corrupção, já que não recebeu qualquer vantagem, valor ou favor dele ou da OAS. “A única coisa que ele faz é uma dedução típica de um criminoso que está preso e recebendo benefícios”, afirma Paes.
Ele ainda faz alguns questionamentos a ponto apresentados na denúncia. Uma delas foi a de que “não teria sentido” exigir um certificado que a empresa não tinha para poder entrar no processo licitatório. Outra foi a indagação sobre a falta de verdade na delação do ex-presidente da OAS - a quem se referiu como “delator criminoso condenado” -, já que ele não cita benefícios ou favores recebidos por meio da obra.
Outro ponto apresentado é que se nenhuma empresa participasse desta licitação, a prefeitura poderia simplesmente ter realizado a obra sem possuir uma. Paes afirma ainda que a obra foi empurrada do Governo Federal ao Estadual, que sua vez a repassou para o Municipal; e que, além de ter tocado a obra às vésperas das Olimpíadas, reduziu o custo do processo de R$2 bilhões para R$750 milhões.
Paes finaliza afirmando que acredita no poder judiciário e nas instituições brasileiras e comenta sobre uma possível conspiração contra sua pré-candidatura à Prefeitura do Rio para as eleições deste ano . “Me causa indignação que esses fatos sempre surjam às vésperas da campanha eleitoral”, diz.
Logo em seguida, alfineta a gestão de Marcelo Crivella . “Me apresento como pré-candidato para devolver o mínimo de perspectiva de futuro para essa cidade, depois de 4 anos dessa gestão desastrada, para dizer o mínimo”.
Confira o vídeo completo aqui:
A defesa do ex-prefeito já havia se manifestado chamando a denúncia de “absurda” e reforçando a “estranheza” do surgimento da acusação “exatamente quando Eduardo Paes anuncia ser pré-candidato à Prefeitura e lidera as pesquisas de intenção de voto”. Por outro lado, a Construtora Queiroz Galvão informou que não se manifestará sobre as investigações em curso.