Governadores criticaram posicionamento do presidente.
Agência Brasil
Governadores criticaram posicionamento do presidente.

Depois de se reunirem por videocoferência na tarde desta quarta-feira para discutir o pronunciamento feito na véspera por Jair Bolsonaro, os governadores dos nove estados do Nordeste divulgaram carta em que se disseram "frustrados com o poscionamento agressivo do presidente", cobraram liderança e se comprometeram a manter as medidas para evitar a propagação do coronavírus.

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"Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República , que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil ", afirma o documento.

Os governadores também disseram que o momento vivido pelo país por causa do coronavírus "é gravísimo". "Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros", disse.

Na manhã desta quarta-feira, em entrevista na saída do Palácio do Alvorada, Bolsonaro havia afirmado que "alguns poucos governadoresestão fazendo no Brasil alguns poucos governadores e alguns poucos prefeitos é um crime, estão arrebentando com o Brasil, estão destruindo os empregos".

Agora, à tarde, haverá uma reunião do Fórum dos Governadores, com os representantes dos 26 estados e do Distrito Federal.

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Confira a íntegra da carta dos governadores do Nordeste:

Em conferência realizada na tarde desta quarta-feira, 25 de março de 2020, nós

governadores do Nordeste pactuamos:

1 – O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O Coronavírus é um adversário a ser vencido

com muito trabalho, bom senso e equilibro;

2 – Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo

orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual;

Você viu?

3 – Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros

informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região;

4 – É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de

vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da

responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se

esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da

crise;

5 – Entendemos que cabe ao Governo Federal ação urgente voltada aos trabalhadores

informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de

responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas;

6 – Ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação

nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres;

7 - Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que

deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil.

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