O governo vai recorrer à Força Aérea Brasileira (FAB) para resgatar cidadãos brasileiros no exterior, que estão impedidos de voltar para o Brasil em razão do fechamento das fronteiras pelos países para combater o coronavírus. Na manhã desta terça-feira, dois aviões C-130 (Hércules) decolam do Rio de Janeiro em direção a Cusco, no Peru.
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Com previsão de chegada na quarta-feira, cada uma das aeronaves levará uma equipe médica e material de defesa biológica. Serão repatriados brasileiros que se encontram isolados e enfrentando dificuldades naquela localidade, em atuação coordenada com o Itamaraty. Estima-se que haja cerca de 200 pessoas presas em Cusco, que não conseaguir voltar para o Brasil.
Existem cerca de 6 mil brasileiros impedidos de retornar ao Brasil espalhados em todo o mundo. Estão em situação mais crítica cidadãos que estão em Portugal, Peru, México e Equador e tentam voltar para casa há mais de uma semana, quando as medidas adotadas pelos governos começaram a vigorar.
Desde então, o Itamaraty vem tentando negociar com as companhias aéreas a abertura de voos para trazer de volta os brasileiros. Os resultados, porém, estão aquém do esperado. Há casos, como a pernambucana Bárbara Silva, que precisou comprar outra passagem de volta para o dia 28, por cerca de R$ 4 mil, mas não tem garantia se vai conseguir embarcar.
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O engenheiro Vitor Fagundes chegou a Quito há dez dias. Quando visitava Isabela, uma das ilhas do arquipélago de Galápagos, no Equador, ficou sabendo das medidas restritivas tomadas pelo governo daquele país: "o fato de eu estar mais distante dificultou minha volta imediata ao Brasil".
O Itamaraty pediu R$ 12 milhões ao Ministério da Economia, para fretar aviões que possam fazer o resgate. Mais cedo, a expectativa era que a liberação fosse anunciada ainda nesta segunda-feira, o que não aconteceu.
Nos últimos dias, pelo menos 2 mil brasileiros conseguiram embarcar em voos de carreira, mas o número ainda é pequeno, diante da quantidade de pessoas que aguardam uma solução, muitas das quais sem dinheiro para comer ou lugar para se hospedar.
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"Estamos presos aqui há mais de uma semana, com fechamento das fronteiras. Já preenchemos vários formulários e o que temos são desinformações e desencontros. Meu filho está sofrendo com a altitude, pois tem retração de tímpano. Aqui há pessoas sem dinheiro, dormindo de favor na casa de pessoas generosas, sem terem o que comer. Há pessoas com doenças graves. Chegamos ao limite", afirmou Marco Evangelista, policial civil que está em Cusco com a mulher e o filho de 11 anos.