O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (20) a maneira que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está governando durante a pandemia do coronavírus. A crítica ocorre após Bolsonaro ter desaprovado ações que governadores realizaram para conter a doença.
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"Lamento dar essa informação de que estamos fazendo aquilo que deveria caber ao líder do país, que é o presidente Jair Bolsonaro, e que, lamentavelmente, ele não faz. E quando faz, faz errado", disse Doria .
"Estamos fazendo o que ele [Bolsonaro] não faz, que é liderar a luta contra o coronavírus”, argumentou Doria. O governador afirmou que Bolsonaro está minimizando processos de combate à doença. O tucano defendeu que é necessário “compreender a importância do respaldo da informação científica e da área da medicina e estabelecer diálogo e entendimento com prefeitos e governadores".
Mais cedo nesta sexta-feira, Bolsonaro criticou a ação do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) de suspender voos que viessem de estados onde há casos de coronavírus . Em sua fala, o presidente também desaprovou ações tomadas por outros governadores, entre eles Doria.
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"Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas, que não competem a eles. Fechar aeroporto, fechar rodovias, não compete a eles. Fechar shopping, etc, fechar feira... Se o comércio para, o pessoal não tem o que comer", defendeu Bolsonaro . Doria foi um dos governadores que determinou que shoppings fossem fechados.
"Eles vão querer jogar a responsabilidade em mim.... A economia está parando. [Os governadores] estão tomando medidas, no meu entender, exageradas. Não compete a ele, meu Deus do céu. Precisamos de medidas equilibradas e não levar pânico. Vamos superar juntos isso aí", disse.
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"Não posso levar para o extremismo. Eu não posso, como chefe de estado, sair gritando por aí 'vai morrer todo mundo, não tem jeito'. Não podemos entrar nessa situação, no pânico. Piora a situação do Brasil. Tenho que falar a verdade e transmitir tranquilidade ao povo brasileiro", disse Bolsonaro, contra-argumentando a opinião de Doria .