Um dos governadores mais críticos ao presidente Jair Bolsonaro e nome em ascensão no PT, Rui Costa, da Bahia, protagonizou um embate público com o presidente após a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Costa critica a postura de Bolsonaro em relação aos governadores, defende a atuação da Polícia Militar baiana na morte de Adriano e que o PT se renove e abra espaço para os mais jovens.
Os estados enviariam tropas para o Ceará durante motim dos policiais militares quando o presidente Bolsonaro ameaçou não prorrogar a presença das Forças Armadas no estado. Como foi essa articulação?
O que os governadores do Brasil têm tido, independentemente de diferenças político-partidárias e ideológicas, é uma atuação unificada em defesa da democracia, da federação, do estado de direito. Assim como houve indignação geral quando o presidente tentou jogar a população contra os governadores na questão dos combustíveis, houve também com as palavras de pessoas do governo federal que beiravam ou tangenciavam apoio ao movimento. Tivemos palavras dúbias até do ministro da Justiça quando a população estava sendo assassinada no Ceará. É inconcebível que um presidente da República não seja solidário com a população de quase 9 milhões de habitantes. Estávamos no grupo de WhatsApp dos governadores só esperando uma negativa oficial para prestar apoio.
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Em entrevista ao jornal O Globo, Rui foi perguntado se a postura anti-institucional do presidente é um motivo de união entre os governadores. O governador citou problemas na distribuição do Bolsa Família para o Norte e Nordeste e os sinais de aumento de fome e pobreza como exemplos para criticar Bolsonaro. “É um ataque sistemático ao pacto federativo, um ataque sistemático à democracia”, afirmou.
Rui Costa, filiado ao PT desde 1980, já foi vereador de Salvador, deputado federal pela Bahia, e hoje é governador do estado.