Presidente Jair Bolsonaro
TheNews2 / Agência O Globo
Presidente Jair Bolsonaro

Horas depois de o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , afirmar que o governo vai editar novas normas para restringir o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) , o presidente Jair Bolsonaro disse no início da noite desta segunda-feira que já deu as ordens verbalmente e que sua palavra "vale mais do que um pedaço de papel". A orientação ocorreu após a demissão de Vicente Santini, que era secretário-executivo de Onyx na Casa Civil, por ter usado uma jato da FAB para ir à Suíça e à Índia e retornar ao Brasil.

"O que tinha que resolver já na conversa eu resolvi. Minha palavra vale mais do que um pedaço de papel. Já está bem melhor a questão de uso de aviões da Força Aérea. Verbalmente já dei as ordens. Você pode ver que vai cair o uso de aviões da Força Aérea", declarou Bolsonaro , na chegada ao Palácio da Alvorada, após chegar de uma viagem a São Paulo.

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Quando foi questionado sobre o episódio envolvendo Santini e se encontrou o ex-secretário pessoalmente na última quinta-feira, como informou a assessoria da Casa Civil , Bolsonaro encerrou abruptamente a entrevista.

"Não, não, acabou a cota [de perguntas] aí...", declarou o presidente, cuja agenda oficial não registra o compromisso. Antes, Bolsonaro afirmou que o primeiro problema com os aviões da FAB foi o sucateamento das Força Armadas nos governos dos últimos anos, do PSDB e do PT.

"Para a gente cumprir essa missão da China, bagunçaram tanto as Forças Armadas nos últimos anos, esse pessoal que ocupou o governo, PSDB, PT, que sucatearam as Forças Armadas. Sucatearam. A gente não tem um [avião] Hércules para buscar gente, não é na China não, para buscar no Nordeste ou lá no Sul. Não tem, acabaram. Acabaram, tá certo?", declarou.

Bolsonaro também foi questionado se Onyx permanece no governo ou na Casa Civil e não deu uma resposta categórica. "Como eu não sou de recuar, eu não vou te responder, tá ok?", declarou o presidente, depois de hesitar por alguns segundos.

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Na última sexta, ele disse ao GLOBO que o convite que fez ao ministro para participar de uma reunião no Alvorada sobre a resposta brasileira ao coronavírus "responde muita coisa" sobre a situação de Onyx no governo.

Onyx: novas normas

Mais cedo, em entrevista à Rádio Gaúcha, Onyx afirmou que que Bolsonaro pediu para ele reformular as regras de utilização de aeronaves da FAB, para torná-las mais restritas.

"Sem dúvida nenhuma vão aumentar as restrições. Foi o que o presidente me determinou no sábado. Vamos fazer uma reavaliação de tudo isso e vamos editar novas normas", disse o chefe da Casa Civil.

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Onyx disse que conversou com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, sobre as regras. Segundo ele, Azevedo recomendou utilizar regras da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Eu passei o final de semana conversando com o ministro Fernando. O ministro Fernando fez uma série de ponderações, que eu acho perfeitamente pertinentes. Ele tem uma tese de que a gente deveria reproduzir, por exemplo, as resoluções da ONU, em termos de viagens internacionais. Por que? Porque isso dá mais transparência, dá mais clareza. Ela junta distância percorrida, fase etária e volume de trabalho. É uma equação que leva três questões".

A demissão de Santini foi anunciada na semana passada por Bolsonaro, que classificou sua atitude de "completamente imoral". Ele chegou a ganhar um outro cargo na Casa Civil, mas foi novamente exonerado, também por determinação do presidente.

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