Tríplex do Guarujá atribuído a Lula foi ocupado pelo MTST em 2018:  'Se é do Lula, é nosso'
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Tríplex do Guarujá atribuído a Lula foi ocupado pelo MTST em 2018: 'Se é do Lula, é nosso'


O Ministério Público Federal de São Paulo denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Guilherme Boulos , líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ( MTST ), pela invasão do apartamento tríplex do Guarujá , em abril de 2018.

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A informação foi confirmada ao jornal O Globo por fontes do MPF. O caso está sob sigilo e o órgão disse que não pode fornecer informações. O apartamento foi ocupado por um grupo vinculado ao MTST poucos dias após a prisão do ex-presidente em Curitiba.

O MPF entende que Lula e Boulos devem responder por dano de propriedade . Essa conduta está tipificada no artigo 346 do Código Penal e prevê pena de seis meses a dois anos para quem "destruir ou danificar" coisa própria que está em poder de terceiro por decisão judicial.

Discurso de Lula incitou invasão

Para o MPF,  Lula estimulou a ocupação. Em 24 de janeiro de 2018, logo após ter seu recurso negado e sua pena aumentada para 12 anos e um mês de prisão, o ex-presidente fez um discurso na Praça da República , em São Paulo, quando afirmou que pediu ao "pessoal do Boulos" para ocupar o imóvel.

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"Se eles me condenaram me deem pelo menos o apartamento", disse Lula , na ocasião. "Eu até já pedi para o Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu, ocupem."

Pena branda

Em outro documento, o procurador Thiago Lacerda Nobre recomenda à Justiça que o processo seja desmembrado e que o ex-presidente responda individualmente. O pedido ocorreu porque a pena para o crime pelo qual Lula e Boulos estão sendo acusados é branda e, portanto, pode ser objeto de um acordo entre o MPF e os réus. Essa possibilidade, no entanto, não se aplica ao ex-presidente porque ele já foi condenado pela prática de crime que previa prisão.

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"Assim, em atenção ao princípio constitucional da rápida duração do processo, e visando a imprimir celeridade no feito, posto se tratar de delito apenado com pena branda, e cujos fatos remontam a abril/2018, requer seja recebida, desde logo, a denúncia em relação a Lula, e por conseguinte, promovido odesmembramento do feito", afirma o procurador num trecho da peça do MPF.

Boulos reagiu nas redes sociais. Em sua conta pessoal no Twitter, o líder do MTST classificou o caso como "a nova farsa do tríplex".

"A criminalização das lutas nunca vai nos calar", escreveu Boulos .

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