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Versão desidratada do pacote excluiu a prisão após condenação em segunda instância, o excludente de ilicitude e o 'plea-bargain' do texto-base

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Marcos Corrêa/PR
Moro não quis comentar derrota do pacote anticrime na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4), após 10 meses de negociação, o texto-base do pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro . A proposta avançou sem contar com os principais pontos defendidos pelo ex-juiz: a prisão após condenação em segunda instância , o excludente de ilicitude e o 'plea-bargain', quando acusados confessam crimes em troca de uma pena menor. Considerado a principal bandeira da bancada lavajatista, a votação foi uma derrota tanto para esse grupo quanto para Moro.

O placar foi 408 votos a favor, 9 contra, e 2 abstenções. Neste momento, os deputados estão analisando o destaque ao texto apresentado pelo Novo.

Nos últimos dois meses, o Moro participou de almoços e jantares com bancadas e líderes na Casa para tentar de convencer os parlamentares a aprovarem o texto original. Nesta terça, em um último esforço de reverter uma derrota que já era prevista, ele se reuniu deputados do chamado Centrão, formado por DEM, PP, PL, Solidariedade e Republicanos. As tentativas de Moro e de seus apoiadores, no entanto, não surtiram efeito.

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Os deputados ainda aceitaram permitir que agentes da Segurança Pública infiltrados possam produzir provas que levem à prisão de suspeitos desde que existe uma operação em curso. Na prática, um policial disfarçado poderá, por exemplo, tentar comprar drogas de um traficante investigado e usar a ação para provar o crime.

Vendo que o projeto seria desidratado, Moro não quis comentar sobre a negociação e saiu do Congresso antes do resultado final da votação.