Um dia após Jair Bolsonaro sugerir que a população boicote o jornal, a Folha de S.Paulo publica um editorial dirigindo palavras duras ao presidente, o classificando como uma pessoa que "combina leviandade e autoritarismo".
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— Eu não quero ler a "Folha" mais. E ponto final. E nenhum ministro meu. Recomendo a todos do Brasil que não comprem o jornal " Folha de S.Paulo " — afirmou Bolsonaro na última sexta-feira (29). Na quinta o presidente já havia deixado a publicação de fora de um edital federal.
Em seu editorial , o jornal afirma que encara a tarefa de lidar com Bolsonaro, a quem chama de "presidente fantasiado de imperador", com um misto de lamento e otimismo.
"Lamento pelo amesquinhamento dos valores da República que esse ocupante circunstancial da Presidência patrocina. Otimismo pela convicção de que o futuro do Brasil é maior do que a figura que neste momento o governa".
A publicação pede ainda que as instituições da República freiem o presidente para a democracia do país continue a existir.
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"Será preciso então que as regras do Estado democrático de Direito lhe sejam impingidas de fora para dentro, como os limites que se dão a uma criança. Porque ele não se contém, terá de ser contido —pelas instituições da República, pelo sistema de freios e contrapesos que, até agora, tem funcionado na jovem democracia brasileira".