O presidente da República, Jair Bolsonaro , afirmou neste sábado (2) que recolheu todas as gravações de áudio de seu condomínio na Barra da Tijuca. "Nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha. Não é o seu Jair", afirmou.
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Bolsonaro disse ainda que "acionou" o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para tratar do caso junto ao procurador-geral da República, Augusto Aras. "O tratamento com Aras foi via ministro da Justiça".
Ele também acusou o delegado da Polícia Civil responsável pelo Caso Marielle de ser "amiguinho" do governador do Rio, Wilson Witzel – apontado pelo presidente como o responsável do vazamento do depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra. Bolsonaro e Witzel têm trocado farpas desde que a reportagem da TV Globo que liga o presidente ao caso Marielle foi ao ar.
Bolsonaro é vizinho do policial militar aposentado Ronnie Lessa, preso por ser o principal suspeito de assassinar a vereadora Marielle Franco
(PSOL-RJ) e seu motorista Anderson Gomes. De acordo com o depoimento do porteiro do condomínio
, o outro suspeito dos assassinatos, o ex-PM Élcio de Queiroz, disse, na portaria do Vivendas da Barra, em 14 de março de 2018, que iria para a casa de número 58, que pertence ao presidente Bolsonaro. De dentro da casa do então deputado federal, alguém teria liberado a sua entrada. Queiroz então teria ido à casa de Lessa para, horas depois, ambos assassinarem Marielle.
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O presidente se diz vítima de perseguição da mídia e da oposição e reiterou que estava em Brasília, e não na sua casa, no dia 14 de março de 2018.