Bolsonaro fez uma live furiosa logo após a veiculação da reportagem
Agência Brasil
Bolsonaro fez uma live furiosa logo após a veiculação da reportagem

O bunker do presidente Jair Bolsonaro, no hotel Intercontinental, funcionou a pleno vapor de madrugada desta quarta-feira (30). "Clima de tensão no deserto", definiu um dos assessores do presidente. Bolsonaro , que dormiu por apenas uma hora, veiculou uma live às 3h50 da manhã. E chamou três emissoras para exclusivas em que queria falar sobre seu envolvimento nas investigações do caso Marielle .

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Pela manhã, na saída para o evento conhecido como "Davos do deserto", o presidente falou a jornalistas de plantão em frente ao hotel sobre o episódio. Olhos vermelhos e um rascunho nas mãos, o presidente ia fazendo referências a pontos que o indignaram na reportagem, veiculado ontem pelo Jornal Nacional . No discurso que fez no seminário econômico, ele usou tom emocional para dizer que está lutando como um militar para salvar o país.

Sua tropa de choque passou a noite em claro. Entre eles, o porta-voz Otavio Rego Barros falou pela primeira vez em toda a viagem que começou na Ásia, criticando a reportagem. Marcos Feliciano e Helio Lopes, que acompanham o presidente desde o início do périplo por Ásia e Oriente Médio, também indicavam solidariedade a Bolsonaro:

"Acho tudo aquilo que ele falou. Foi má-fé, em um momento importante para o país. Foi grave o que o governador Witzel fez. Depois que soubemos, foi uma noite difícil. Mas sabemos que ele vai superar", disse Hélio Lopes.

Entrada no condomínio

De acordo com o Jornal Nacional , às 17h10m do dia do assassinato, o porteiro do  condomínio onde registrou no livro de visitantes o nome de Élcio, o modelo do carro, um Logan, a placa, AGH 8202, e a casa a que o visitante iria, a de número 58, que pertence a Bolsonaro. Élcio é acusado pela polícia de ser o motorista do carro usado no assassinato da vereadora e do motorista. O porteiro disse ainda que interfonou para o número 58 e que a pessoa que atendeu, que ele identificou como "seu Jair", autorizou a entrada de Élcio no condomínio .

Ainda segundo o depoimento revelado pelo JN , o porteiro contou que, depois que Élcio entrou, ele acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro tinha ido para a casa 66 do condomínio. Após constatar nas câmeras de segurança que o visitante Élcio não seguia para a casa 58, interfonou novamente para a residência. Segundo o depoimento, o homem identificado pelo porteiro como "seu Jair" teria dito saber para onde Élcio estava indo. A casa 66 era onde morava Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson. Lessa é apontado pelo Ministério Público do Rio e pela Delegacia de Homicídios como autor dos disparos.

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Fontes disseram à equipe do Jornal Nacional que os dois criminosos saíram do condomínio de Bolsonaro dentro do carro de Ronnie Lessa, minutos depois da chegada de Élcio. Eles teriam embarcado no carro usado no crime nas proximidades do condomínio.

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