O presidente Jair Bolsonaro (PSL) evitou nesta quinta-feira (17) comentar o conteúdo do áudio em que pede o apoio de deputados do PSL para destituir o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO), mas disse que, se o seu telefone tiver sido grampeado, ocorreu uma "desonestidade". Bolsonaro afirmou apenas que conversou com parlamentares e que não irá tratar "publicamente" desse assunto. O áudio foi revelado na quarta-feira (16) pela revista Época .
"Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram? Deram uma de jornalista? Eu converso com deputados. Eu não trato publicamente desse assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou o telefone...Primeiro, é uma desonestidade", disse Bolsonaro , na saída do Palácio da Alvorada.
No áudio, o pesselista diz que irá ligar para deputados para conseguir as 27 assinaturas necessárias para retirar Delegado Waldir
da liderança. O presidente diz que "não tem
outra alternativa" a não ser derrubar Waldir por meio de uma lista.
O requisito para a troca de líder é a assinatura de mais da metade da bancada junto ao pedido. Os bolsonaristas conseguiram as assinaturas de mais de metade dos 53 deputados na noite desta quarta-feira. A ideia é que Eduardo Bolsonaro (SP) seja o novo líder. Logo depois, os aliados de Luciano Bivar, presidente da sigla, protocolaram uma nova lista, com 32 assinaturas, pedindo a permanência de Waldir.
A deputada Carla Zambelli (SP), aliada de Bolsonaro , ainda protocolou, no fim da noite, uma terceira lista com 27 assinaturas. Como há um impasse, porém, não é possível saber se alguma das três será considerada válida. A decisão cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que precisa referendar qualquer troca de líder.