Líder de governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) criticou declaração de advogada do partido
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados - 19.6.19
Líder de governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) criticou declaração de advogada do partido

A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), chamou de "amadorismo monstruoso" a proposta da advogada Karina Kufa, ligada ao presidente Jair Bolsonaro , de permitir que um grupo de deputados dissidentes do PSL possa deixar o partido, mas levando o tempo de televisão e os recursos dos fundos eleitoral e partidário. O grupo avisou que pretende acompanhar Bolsonaro em eventual saída do partido.

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"Essa questão de saída jurídica pra sair junto é de um amadorismo monstruoso. Qualquer um que conheça minimamente a legislação eleitoral sabe que o mandato pertence ao partido. Isso é mais um balão de ensaio para criar factoide político", criticou Joice após sair de uma reunião da bancada do partido na Câmara, realizada nesta quarta-feira (16).

Vinte parlamentares da bancada pretendem deixar o partido caso o presidente tome essa decisão. O aviso aconteceu após a troca de farpas entre Bolsonaro e o dirigente nacional do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE). Na semana passada, o presidente orientou um apoiador a esquecer o PSL, que está "muito queimado". Na terça-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação, com buscas e apreensões em endereços de Bivar, para investigar o uso de laranjas na campanha de 2018 em Pernambuco.

Questionada sobre o pedido de abertura das contas do partido, Joice levantou suspeita sobre o recebimento de R$ 340 mil da advogada a título de honorários, conforme divulgou Bivar a um grupo de parlamentares. Segundo ela, o pedido de abertura das contas não causa insatisfação entre os representantes da bancada do partido na Câmara.

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"Eu, particularmente, não sabia. Achei muito interessante que, depois de toda essa exposição midiática, que foi praticamente um show, me veio a informação de que ela recebeu R$ 340 mil. Então eu até questionei. Esse pedido era realmente por transparência ou se era por aumento nos honorários? Achei excepcional a questão da transparência", afirma Joice, acrescentando que não dá para misturar o fato de Karina representar Bolsonaro com o dinheiro recebido pelo PSL. 

Joice, que estava em silêncio desde o início da crise entre Bolsonaro e Bivar, acredita que o melhor neste momento é "construir um caminho mais tranquilo" e apaziguar os ânimos. Defendendo que uma "cisão prejudicaria o Brasil", a líder recorda que o PSL foi o único partido que votou fechado com o governo, com exceção do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), no segundo turno da reforma da Previdência.

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Além disso, Joice defendeu a permanência de Bivar no comando do segundo maior partido da Câmara, com 53 deputados. Enquanto não houver condenação por conduta ilícita, ela não vê motivo para afastá-lo.

A investigação permitirá a comprovação "da própria inocência ou própria culpa". A líder lembra também que Bivar "começou com o partido na época de vacas magras", motivo pelo qual não há razão "agora para abandonar o barco".

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