Aliados do presidente Jair Bolsonaro admitem que a crise no PSL se tornou difícil a indifcação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada do Brasil em Washington . Oficialmente, o porta-voz da Presidência , Otávio do Rêgo Barros , afirma que a indicação "está mantida e oportunamente será encaminhada mensagem ao Senado", mas auxiliares próximos classificam a situação como "indefinida".
No Senado , que precisa aprovar o nome do deputado para o cargo diplomático, parlamentares governistas avaliam que a derrota dele pela liderança do partido na Câmara deixou a situação "insustentável".
Anunciada em julho por Bolsonaro, a pretensão de mandar o filho para os Estados Unidos nunca foi oficializada ao Senado. Depois de prometer enviá-la na volta dos trabalhos legislativos em agosto, Bolsonaro adiou a previsão para a semana pós-feriado de 7 de setembro. Mais recentemente, pessoas próximas ao presidente estimavam o envio após a votação da reforma da Previdência .
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Nesta quarta-feira, porém, uma declaração de Eduardo irritou senadores que vinham pedindo voto para ele no Senado. No meio da disputa para derrubar o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), e torná-lo líder, o deputado disse que a discussão sobre a Embaixada do Brasil em Washington tornara-se "secundária" neste momento de acirramento da briga no partido.
"Todos os temas como a embaixada e a viagem para a Ásia são temas secundários. A gente está aqui para cuidar dos nossos eleitores, meu foco é ajudar o país", disse Eduardo, que depois perdeu a disputa pela liderança.
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Para um governista, é momento de Eduardo recuar da indicação e anunciar que não pretende mais se tornar embaixador.
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"Não tem a menor condição de ele dar uma declaração pública dizendo que uma desavença no partido é mais importante do que um posto diplomático tão importante para o país. Ou quer ser líder do PSL ou quer ser embaixador do Brasil em Washington", diz um senador ligado a Bolsonaro e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
A indicação de Eduardo vem enfrentando resistência de senadores de diferentes colorações partidárias, que publicamente declararam que o consideram incapacitado para o cargo. Ele vinha tentando reverter o cenário com visitas aos senadores. Nas últimas semanas, porém, diminuiu os encontros.
Para ser aprovado, Eduardo tem de passar por sabatina na Comissão de Relações Exteriores . No colegiado e no plenário, enfrenta ainda votação secreta.
Apesar das adversidades, o presidente da comissão, Nelsinho Trad (PSD-MS), diz que espera receber a indicação de Eduardo depois da votação da Previdência, prevista para 22 de outubro.
"Porque o campo fica livre, propício, para o encaminhamento desta mensagem. Caso ela não venha neste período, aí pode ter alguma coisa que foge até do nosso conhecimento, de percepção (do presidente Bolsonaro) em relação ao não envio desta mensagem", diz Nelsinho.