O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, cobrou explicações após o PSL obstruir por uma hora a votação de uma Medida Provisória do governo, e retirar o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (GO), da comissão da reforma da Previdência dos militares.
"Não foi bom, eu tenho que reconhecer que não foi bom. Eu estaria sendo falso (de dizer que foi bom)", afirmou Ramos.
A MP que o PSL obstruiu é a que transfere a articulação política da Casa Civil, comandada pelo ministro Onyx Lorenzoni, para a Secretaria de Governo chefiada por Ramos. Também determina que a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) deixe a pasta e passe a integrar a Secretaria-Geral da Presidência.
Ambas as iniciativas, do líder Delegado Waldir (GO), vieram após o presidente do partido, Luciano Bivar, ser alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal em Pernambuco. O dirigente do PSL foi criticado publicamente pelo presidente Bolsonaro na semana passada.
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Ramos disse que ligou para Waldir hoje, e o líder explicou que obstruiu a votação para que os parlamentares do PSL não tomassem falta.
"A intenção não foi retaliar, não. Os parlamentares do PSL estavam em reuniões por causa desse problema e iam tomar falta. Eu falei com ele no telefone hoje. A saída dele foi fazer obstrução, aí deu aquela repercussão enorme."
O ministro também questionou Waldir sobre a decisão de retirar Vitor Hugo e General Girão (RN) da comissão especial da reforma dos militares, o que atrapalhou a tramitação da proposta do governo. O líder respondeu, segundo o ministro, que se tratavam de pessoas que sinalizaram querer sair do partido.
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Questionado sobre se a atitude do PSL "atrapalha", disse que "incomoda".
"Incomoda, não prejudica. Você pega um projeto de lei que desde 2016 vem sendo trabalhado, que agora junta as polícias militares e os bombeiros, proteção social, envolve viúvas, envolve uma expectativa enorme. E o cara, durante um processo natural, que já estava tudo acordado, interrompe a sessão, tira dali (os deputados)? Não acho legal, né."