Líder do governo na Câmara diz que PSL teria acabado sem Bolsonaro

Major Vitor Hugo disse que número de deputados que apoiam auditoria nas contas da sigla pode aumentar e cobrou lealdade de membros ao presidente

Líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo, e o presidente Jair Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR
Líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo, e o presidente Jair Bolsonaro

O líder do governo na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou, nesta segunda-feira (14), que o PSL "teria muito provavelmente acabado" sem a filiação de Jair Bolsonaro no ano passado, devido à cláusula de barreira, e cobrou lealdade dos membros da legenda ao presidente.

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"O mais importante para quem está desse lado é a manutenção do vínculo e da lealdade com o presidente. O partido, o PSL, é um partido que teria muito provavelmente acabado se não tivesse dado a legenda para o presidente, por causa da cláusula de legenda que foi imposta pela lei. O presidente teve 57 milhões de votos. Havia outros partidos à época que haviam sinalizado para que o presidente pudesse ir para eles", disse o líder do governo , ao chegar no Palácio do Planalto para uma reunião com Bolsonaro.

Antes de receber o líder, Bolsonaro se reuniu com os advogados Karina Kufa e Admar Gonzaga, que têm aconselhado o presidente durante a crise com o PSL .

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Vitor Hugo foi um dos 20 deputados federais que assinaram, junto com Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), um documento pedindo ao presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), que abra todas as contas partidárias dos últimos cinco anos. Ele acredita que o número de parlamentares que apoia a medida pode aumentar:

"A semana está começando, acho que a gente vai ter chance de conversar com a outra ala do PSL que, ou não aderiu, ou não teve tempo ainda de se manifestar. Foram 21 deputados que assinaram o documento, ou que deram procuração para que os advogados entrassem. Tenho certeza que outros deputados, se tivessem tido a oportunidade, também teriam assinado", afirmou.

"Foi tudo feito de maneira muito rápida na semana passada. Agora, temos que esperar o desenrolar dessa semana, as conversas que vão acontecer. Se tudo permitir, se Deus permitir, a liberação desses documentos, prestação de contas, para a gente tomar uma decisão", acrescentou.

Vitor Hugo comentou a sugestão feita pelo deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP) de que, se os deputados descontentes assinarem um documento abrindo mão do fundo partidário, o partido não irá requisitar seus mandatos. Ele afirmou que é "uma solução", mas ressaltou que a proposta precisa ser discutida.

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"Não sei avaliar agora. É uma solução. Mas não consigo avaliar o impacto ainda. Tem que ser algo discutido na coletividade de quem está apoiando a iniciativa, e vai ter que ser refletido individualmente com relação aos riscos para a próxima eleição", finalizou o líder do governo .