Corrida para garantir apoio a Bolsonaro e Bivar gera 'guerra' no Congresso Por Agência O Globo | 09/10/2019 19:29:16 - Atualizada às 09/10/2019 19:31:16 Home iG › Último Segundo › Política Deputados correm para consolidar o apoio em torno de cada um dos polos. 'Guerra das listas' no Congresso foi motivada por declaração de Bolsonaro Foto: Isac Nóbrega/PR - 3.10.19 Com novo decreto, Bolsonaro deixou duas regras conflitantes em vigor para renovação de armas O pedido feito por Jair Bolsonaro a um apoiador para que "esquecesse o PSL " jogou luz no tamanho da rachadura que se alarga no partido. O episódio aconteceu na saída do Palácio da Alvorada, na última terça, e tornou públicas as divergências entre o presidente da República e o comandante da sigla, Luciano Bivar . Agora, os deputados correm para consolidar o apoio em torno de cada um dos polos e medir forças entre si. Vem do entorno de Júnior Bozzella (PSL-SP), deputado federal que está no partido antes da chegada de Bolsonaro, a formação de uma frente em defesa a Bivar. Motivado pelo comentário de Bolsonaro de que Bivar estaria "queimado pra caramba", seu grupo está coletando assinaturas em apoio ao presidente do PSL. Leia mais: Em crise com o PSL, Bolsonaro já passou por 8 partidos em 20 anos O texto em defesa de Luciano Bivar atribui a "ameaças antidemocráticas" a fragmentação do partido e faz um apelo por união "a uma só bandeira, ousada e fiel, visando mudar os rumos da história de nosso país dos mandos e desmandos que gerou um sistema corrupto e ganancioso de poder". Semanas atrás, circulou pelo Congresso também uma lista da ala "ideológica" do PSL. Elaborado pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), o documento visava angariar apoio para mudar o estatuto do partido. A circulação do texto irritou Bivar, que chamou de "estúpida" a iniciativa. Aliados de Orleans e Bragança e Eduardo Bolsonaro cobravam por dispositivos que garantissem votações internas para escolhas de candidatos nas eleições. A mudança permitiria, por exemplo, contestar o lançamento antecipado de Joice Hasselmann (PSL-SP), que quer disputar a Prefeitura de São Paulo, ao posto. Alguns pediam também a saída de Bivar do comando do PSL, função que exerce há 21 anos, desde a criação da sigla. Leia mais: Kajuru chama presidente do PSL de "bandido" e diz que Bolsonaro errou ao confiar Com o racha exposto pelo comentário de Jair Bolsonaro nesta terça, as listas de assinaturas estão sendo usadas como atestados de fidelidade a cada um lados. Mas há parlamentares deixando pistas diversas sobre seu posicionamento. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) tirou há alguns qualquer menção ao partido de seu perfil no Twitter. Já Alê Silva (PSL-MG) chegou a chamar o PSL de "partido pequeno, nanico" ao ser suspensa da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados pelo diretório nacional. A deputada descobriu sua exclusão quando já estava a posto para começar a sessão. "Até o início da sessão meu nome estava ali no painel. Acabei de receber a comunicação de que fui excluída da CFT por parte do partido. Aliás, meu partido até este dado momento", declarou emocionada. "Esse partido não é do governo, não é do Bolsonaro. Esse partido só quer dinheiro e que se dane o povo brasileiro". Confirmado até então na programação do CPAC Brasil, o maior evento conservador dos Estados Unidos trazido ao Brasil por Eduardo Bolsonaro, Luciano Bivar cancelou sua participação nesta quarta. Segundo a assessoria do evento, a desistência se deu por "questões de agenda". O CPAC Brasil será realizado em São Paulo nesta sexta e no sábado. Mão na porta Apesar de expor publicamente suas insatisfações com o PSL, ao site "O Antagonista", nesta quarta, Bolsonaro afirmou que não pretende deixar o partido "de livre e espontânea vontade" e mencionou uma eventual "refundação do partido, um novo estatuto bem claro". Leia também: "Não tem mais relação nenhuma com o PSL", diz Bivar sobre Bolsonaro O GLOBO revelou que aliados de Eduardo estão elaborando o estatuto de um novo partido, chamado Conservadores. Os princípios a serem adotados contemplam a “moralidade cristã, a vida a partir da concepção, a liberdade e a propriedade privada”. O texto defende ainda o direito à legítima defesa individual, combate à sexualização precoce de crianças e à apologia da ideologia de gênero e defesa do legado da “moralidade cristã e da civilização ocidental”. Filiados estarão proibidos de fazer alianças com partidos da “esquerda bolivariana”. Link deste artigo: https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2019-10-09/corrida-para-garantir-apoio-a-bolsonaro-e-bivar-gera-guerra-das-listas.html