A força-tarefa da Lava Jato provou que o e-mail "projetoalfredo@gmail" era usado pelo analista tributário da Receita Federal Marcial Pereira de Souza para cobrar propina de empresários em troca do cancelamento de multas milionárias por sonegação fiscal.
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Com a colaboração do Google e de uma operadora telefônica, a partir da quebra de sigilo telemático autorizada pela Justiça, foi possível confirmar que uma das mensagens de achaque contra o delator do esquema partiu de um celular conectado a um modem em nome de Marcial, segundo a Lava Jato .
Usada como prova cabal pelo Ministério Público Federal ( MPF ) para a prisão do analista da Receita, uma das mensagens enviada ao contador Rildo Alves da Silva, indicado pelo delator Ricardo Siqueira Rodrigues para acertar os pagamentos de propina, revela a pressão de Marcial para receber os valores acertados. Nela, Marcial afirma que a fiscalização de Ricardo estaria "sob controle".
"O documento que você recebeu é bem claro. Trata-se do calendário 2013. Sinalização maior que está controlado não há". O Google informou os IP's dos últimos acessos ao e-mail em referência e foi possível apurar que a conexão à internet ocorreu por meio da operadora utilizada por Marcial.
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Imagens usadas no pedido de prisão de servidores da Receit a mostram três encontros de Marcial e o delato que, segundo os investigadores, serviram para tratar da cobrança de propina. Era em nome de Marcial Pereira de Souza e de sua mulher que estava a conta em Portugal onde foram depositados os recursos ilícitos.