O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (5) que a campanha publicitária em defesa do pacote anticrime será suspensa. Ele atribuiu a necessidade de cancelamento da iniciativa por causa de "pressão da esquerda". A revelação surgiu durante uma transmissão ao vivo para um evento de conservadores em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
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No fim da transmissão para o público do 3° Simpósio Nacional Conservador, Bolsonaro afirmou que "precisa se virar" para se defender dos inúmeros processos que a esquerda abre contra ele.
"É chata essa vida porque a esquerda empilha você de processos e você tem que responder o tempo todo. Por exemplo, chegou mais um processo na minha mesa. Vou ter que suspender, junto com o Sergio Moro, a propaganda da lei anticrime . Quem é que promove isso daí? O pessoal da esquerda", declarou o presidente.
O governo lançou nesta semana, ao custo de R$ 10 milhões, uma campanha publicitária em defesa do pacote elaborado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro . Sob o lema de que "a lei tem que estar acima da impunidade", as peças publicitárias em vídeo usaram depoimentos e casos reais de vítimas de violência para demonstrar o efeito da impunidade no país.
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O evento deste sábado foi organizado pelo grupo Brasil Limpo e realizado no Hotel JP. Além da transmissão ao vivo com Bolsonaro, o simpósio contou com a presença dos deputados federais Joice Hasselmann, Bia Kicis, Luiz Philippe de Orleans e Bragança e Carla Zambelli, todos do PSL.
Estavam confirmados também Rafael Nogueira, fundador do estúdio revisionista Brasil Paralelo, o general Paulo Chagas, o deputado estadual Arthur Mamãe Falei, representantes da Associação Escola Sem Partido e outros.
Jair Bolsonaro abriu a participação dele com críticas ao jornal O Globo e à Folha de S.Paulo . Fez provocações ao apresentador Luciano Huck, cujo nome se especula para concorrer ao Planalto em 2022, e rechaçou que apoie qualquer candidato para as eleições municipais do próximo ano — um recado a Hasselmann, que se colocou como a candidata da legenda ao pleito.
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Conhecido pela militância bolsonarista e influente no campo conservador, o youtuber Nando Moura foi cutucado pelo presidente pela segunda vez nesta semana. Sem citar seu nome, referindo-se a ele apenas como o "cabeludo que agora está careca", Bolsonaro rebateu as críticas que Moura tem feito aos vetos à Lei de Abuso de Autoridade. O presidente aproveitou para explicar a decisão, muito contestada por seus seguidores.