O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ), Gilmar Mendes , voltou a atacar procuradores da Operação Lava-Jato e disse, nesta quarta-feira (2), que prisões temporárias decretadas por conta das investigações da força-tarefa eram usadas como “instrumento de tortura”. As declarações foram feitas durante o julgamento do recurso que pode resultar na anulação de sentenças da operação.
"Hoje se sabe de maneira muito clara, e o Intercept está aí para confirmar e nunca foi desmentido, que usava-se a prisão provisória como elemento de tortura. Custa-me dizer isso no plenário, mas era instrumento de tortura. E quem defende tortura não pode ter assento na Corte constitucional", disse Gilmar Mendes citando o conteúdo de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brasil com base em mensagens obtidas por hackers referente a conversas envolvendo o coordenador da Lava-Jato no Ministério Público Federal em Curitiba, Deltan Dallagnol .
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Gilmar Mendes citou, nominalmente, Dallagnol e até o ministro da Justiça, Sergio Moro , que durante os primeiros anos da Lava-Jato comandou a 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo o ministro, o Brasil teria vivido uma “era de trevas”.
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"E isto aparece nessas declarações do Intercept feitas por gente como Dallagnol, feitas por gente como Moro. Portanto, é preciso que se saiba disto. Que o Brasil viveu uma era de trevas no que diz respeito ao processo penal", afirmou o magistrado.
Gilmar Mendes fez diversas menções a Dallagnol e criticou a atuação do Ministério Público Federal ( MPF ) pelo que seria uma interferência na esfera política.
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"As investigações de macrocriminalidades das classes políticas dão o Ministério Público o poder de definir os rumos políticos do país. Basta abrir um inquérito sem controle. E agora quem o diz não sou eu. É Dallagnol, quando dizia que imaginava lançar quatro procuradores como candidatos ao Senado. Ele dizia: “Pobre do Álvaro (Dias). Vou derrotá-lo, porque só tem uma vaga e a vaga é minha”", disse Gilmar Mendes em nova menção a reportagens publicadas pelo site The Intercept Brasil.
"Era um sujeito tão vaidoso que dialogava com o espelho", afirmou Gilmar Mendes em nova menção a Deltan Dallagnol.