Joice Hasselmann
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados - 19.6.19
Joice Hasselmann

A deputada federal Joice Hasselmann reagiu à manobra do diretório estadual de São Paulo para tentar barrar a sua candidatura à Prefeitura. Após saber que o órgão paulista planeja criar um diretório na esfera municipal e escolher seu próprio nome para o pleito , ela disse que se o PSL for injusto com ela, "outros partidos não perderão a chance" de lhe conceder a legenda para a disputa.

Segundo o GLOBO revelou nesta quarta, o diretório estadual de São Paulo, presidido por Eduardo Bolsonaro, aprovou nesta semana uma nominata para criar o diretório municipal. Na nominata consta o nome de Edson Salomão, rival de Joice, como presidente . Quando implementado, o diretório se incumbirá de dar aval ao nome que disputará o pleito. Pelo menos é o que acreditam os responsáveis pela estratégia.

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A deputada chamou a manobra de " amadorismo " e afirmou que quem define candidaturas em municípios acima de 200 mil eleitores é a executiva nacional. Segundo ela, o órgão presidido pelo deputado Luciano Bivar não foi consultado sobre essa decisão e já afirmou que a quer na disputa.

“Não creio que o PSL será irresponsável com o povo jogando a Prefeitura de São Paulo no colo da esquerda. Também não acho que o PSL será injusto com quem tem mais de um milhão de votos, 700 mil na cidade de São Paulo. Mas, se for (injusto), outros partidos não perderão a chance de vencer a eleição comigo”, declarou ela. “Os convites se acumulam. Saio candidata de qualquer jeito”, garantiu.

A manobra do diretório estadual do PSL tem o objetivo de passar um recado ao que chamam de "ala fisiológica" da legenda, da qual fazem parte Joice, o deputado Júnior Bozzella e Major Olimpio. O órgão paulista é presidido por Eduardo Bolsonaro. Ao seu lado estão o vice, deputado Gil Diniz, além de membros da chamada "ala ideológica", como os deputados Carla Zambelli e Luiz Phillippe de Orleans e Bragança.

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Aliados de Joice Hasselmann foram surpreendidos pela nominata, que deve ser submetida ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta semana. “Com certeza esse PSL de São Paulo hoje não será o mesmo PSL que vai decidir o destino das municipais para as eleições de 2020. A não ser que o partido nacional queira que haja uma debandada de seus deputados, que eu acredito que não seja esse o sentimento do presidente nacional”, disse Bozzela.

Na noite desta terça, Edson Salomão fez circular um vídeo no Whatsapp agradecendo a indicação. Ele afirmou que vai retirar a sua pré-candidatura para a Prefeitura de São Paulo, desejo que ele já havia manifestado publicamente antes.

“Sobre a indicação para que eu seja presidente do diretório municipal do PSL em São Paulo. É verdade. Eu recebi o convite do deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança, que é membro da executiva estadual do PSL. E, com muita alegria, aceitei o desafio”, declarou Salomão.

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Ele também afirmou que foi formada uma equipe que vai trabalhar para estruturar o diretório municipal e preparar o "maior número de candidaturas que representem as causas conservadoras". Salomão também disse que não vai mais tentar disputar as eleições para focar na estruturação do órgão.

Além de emitir um sinal ao grupo rival, chamado de "fisiológico" pela "ala ideológica", a criação de um diretório ocupado por ativistas conservadores é um aceno à militância radical do PSL. O eleitorado mais à direita não raramente cobra dos eleitos mais identificação com a pauta conservadora.

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