O governo foi derrotado na primeira reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News ao ficar de fora dos principais postos do colegiado. O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que se considera independente, foi eleito presidente do grupo.
Para a relatoria , cargo mais importante por produzir o parecer final do colegiado, foi escolhida a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que faz oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Ela não foi oficializada no posto porque é suplente do colegiado. Mas seu partido pedirá que ela se torne titular. Coronel já avisou que Lídice será relatora quando a troca for formalizada.
“Precisamos dar um basta e descobrir a origem dessa indústria de fake news, que faz muitas vítimas . Precisamos extirpar esse câncer da sociedade”, disse Coronel, depois de ser eleito.
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Não houve outros candidatos para a presidência. Concentrados na votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça, governistas não conseguiram articular outro nome para o comando do colegiado.
Responsável por coletar assinaturas para a instalação da CPMI, o deputado federal Alexandre Leite (DEM-SP) não gostou da composição e anunciou que pedirá ao seu partido para substituí-lo no colegiado. Ele disse que teme a "politização" da investigação.
A CPMI pretende investigar, entre outros pontos, a disseminação de notícias falsas nas últimas eleições presidenciais. Governistas temem que Bolsonaro se torne alvo principal dos deputados e senadores. Líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) negou que a oposição haja com revanchismo. Segundo ele, as investigações serão feitas sem perseguição a partidos específicos.