O ministro da Justiça, Sergio Moro , afirmou, nesta quinta-feira, que o Brasil continua sendo receptivo à imigração. Relatório sobre imigração divulgado nesta quinta-feira (22) pelo ministro informa que, de 2011 a 2018, o pais recebeu 774,4 mil imigrantes. Deste total, 492,7 mil são imigrantes de longo termo, ou seja, estrangeiros que permanecem por mais de um ano no país. Os maiores contingentes de imigrantes são formados por haitianos, bolivianos, venezuelanos e colombianos.
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"O Brasil prossegue nessa linha, na afirmação dessa política generosa em relação à imigração. Claro que, com pequenas ressalvas. Mas permanece esse perfil de país novo. Uma terra de promessas que atrai esses indivíduos de outros países, como haitianos, venezuelanos", disse Moro , numa solenidade de divulgação dos novos dados sobre imigração.
O ministro atribui essa receptividade ao fato do Brasil ser formado, em boa parte, por imigrantes africanos, europeus e pela população nativa, os índios.
A declaração ocorre na mesma semana em que o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, que é ligado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, recomendou a suspensão imediata da portaria 666/2019 que permite a deportação sumária ou impedimento de ingresso de estrangeiros no Brasil. No evento, o ministro Sergio Moro não deu entrevista.
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Fluxos migratórios
Segundo o coordenador-geral de Imigração Laboral do Ministério da Justiça, Luiz Alberto Matos dos Santos, os fluxos migratórios permanecem estáveis nos últimos anos. A diferença é que, mais recentemente, estrangeiros estão conseguindo mais empregos.
"Continua o mesmo fluxo, só que melhorou a interiorização, ou seja, de chegada do ponto de fronteira até onde as possibilidades de emprego se faz presente, que é a região de São Paulo e o Sul do país", afirmou Santos.
Ele afirma também a chegada de estrangeiros em busca de emprego não tem estimulado a xenofobia (aversão a estrangeiros), mesmo com o país às voltas com o negativo recorde de aproximadamente 13 milhões de desempregados. Santos argumenta que um grande contingente de brasileiros vive como imigrantes no exterior. Para ele, é importante tratar os estrangeiros da mesma forma que se espera boa acolhida de brasileiros em outros países.
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"Não existe esse clima de nacionais serem preteridos pelos estrangeiros. A gente não tem (em pesquisas) essa indicação. Nós ainda estamos longe dos parâmetros internacionais de imigração. Nós temos três vezes mais brasileiros no exterior que imigrantes aqui", disse Santos.