Selfie de Sergio Moro
Reprodução/Twitter

Moro criou sua conta no Twitter recentemente e, desde então, tem usado ativamente a plataforma

Desde o início da divulgação de mensagens suas e de outras pessoas ligadas à Operação Lava Jato, em junho, o ministro Sergio Moro (Justiça) adotou uma postura mais incisiva no Twitter, utilizando a rede social para rebater acusações contra ele, o que levou a um aumento das interações em suas postagens. Do dia 9 de junho, quando foi publicada a primeira reportagem do site “The Intercept Brasil”, até esta sexta-feira, foram 143 mil interações diárias, de acordo com a ferramenta Crowdtangle. Nos dois meses anteriores, essa média havia sido de 93 mil — um aumento de 53%. As interações são a soma das curtidas e compartilhamentos de uma publicação.

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Em nove dos 60 dias, Moro chegou a ter mais interações do que o presidente Jair Bolsonaro. Na maioria desses nove dias, ele fez publicações sobre a Lava Jato. Em três deles, por exemplo, comentou diretamente reportagens sobre sua mensagens, e em um deles criticou de forma geral a cobertura da imprensa sobre o caso. “Sou grande defensor da liberdade de imprensa, mas essa campanha contra a Lava Jato e a favor da corrupção está beirando o ridículo”, afirmou no dia 16 de julho.

Seu melhor resultado foi no dia 30 de junho, quando foram realizadas manifestações de apoio à Operação Lava Jato por todo o país, como resposta à publicação das mensagens. “Eu vejo, eu ouço, eu agradeço. Sempre agi com correção como juiz e agora como ministro”, escreveu Moro. Nesse dia, ele chegou a 466 mil interações.

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No dia 4 de agosto, quando comentou uma reportagem da Folha de S.Paulo sobre uma palestra remunerada que ele deixou de declarar, teve 320 mil interações. “Em 2016 não fui totalmente sincero. Escondi a doação à caridade decorrente da palestra, pois achei que poderia soar como inadequada autopromoção. Escusas agora pela revelação,mas preciso dela contra falsos escândalos”, disse.

Também houve um grande número de engajamento em 12 de junho, dias após as primeiras reportagens, quando Bolsonaro o levou em um jogo do Flamengo, em sinal de apoio (310 mil interações), e em 12 de julho, quando ele divulgou um manifesto de advogados em defesa da Lava Jato (292 mil interações).

Ao mesmo tempo, houve um aumento no número de seguidores: nos últimos dois meses, ele ganhou 340 mil, chegando a 1,3 milhão no total. O maior aumento foi em 10 de junho, dia seguinte após a publicação da primeira reportagem, quando Moro ganhou 16 mil novos seguidores. Os outros dias em que houve maior crescimento foram após a primeira entrevista sobre o caso (15 mil) e depois do depoimento do ministro no Senado (14 mil).

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Apesar do aumento de interações, o dia em que Moro teve o maior engajamento segue sendo o que ele entrou no Twitter, em 4 de abril. Ele teve 807 mil interações ao postar uma foto (que rapidamente virou meme) com um calendário para “provar” que a conta era sua — o que ele mesmo definiu como “um pouco inusitado”. 

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