O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou, nesta terça-feira (30), uma parta para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. No documento, o petista presta solidariedade ao advogado, que foi alvo de provocações do presidente Jair Bolsonaro, que disse que "contaria ao presidente da OAB como o pai dele desapareceu durante o período militar".
Leia também: "E você acredita em Comissão da Verdade?", questiona Bolsonaro
"Quero me solidarizar com você e sua família pela cruel desrespeito que os atingiu no dia de ontem. Só quem suportou o sofrimento de perder um ente querido, sem ter sequer o direito de velar seu corpo, poderá avaliar a dor que vocês sentem nesse momento. É como se violentassem o seu pai mais uma vez, e junto com ele todas as vítimas da ditadura", escreveu Lula .
"O Brasil não merece ouvir as palavras de ódio de quem, pelo cargo que ocupa, deveria se referir com respeito aos que sacrificaram a vida pela liberdade em nosso país", continuou o ex-presidente. "Sempre vamos reverenciar nossos verdadeiros heróis, e é isso que os tiranos não conseguem suportar", concluiu.
Você viu?
A polêmica entre Bolsonaro e Santa Cruz teve início nesta segunda-feira (29), quando o presidente da República fez provocações contra Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem, ao lembrar do desaparecimento do pai dele, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, durante a dituradura militar.
“Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro.
"Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar às conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular , o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio a desaparecer no Rio de Janeiro", continuou o presidente.
Leia também: "Apenas criando um aparelho de mordaça", diz Marco Aurélio sobre Bolsonaro
Desde então, o presidente da OAB declarou que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para exigir informações do presidente. Ministros do próprio STF também criticaram a fala de Bolsonaro, que foi também foi alvo da oposição e até mesmo de parte da base aliada.