Flordelis
Reprodução/Câmara dos Deputados
Em cinco meses de mandato, Flordelis apresentou quatro projetos de lei

Na última quarta-feira (10), Flordelis voltou ao plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, para a votação da Reforma da Previdência. Ela foi a favor da aprovação do texto-base da reforma. A pastora não participava de nenhuma sessão desde a morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, que foi assassinato mês passado na porta da residência do casal. Dois filhos da parlamentar estão presos por conta do homicídio.

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Flordelis foi eleita deputada federal no ano passado, com quase 200 mil votos. Tendo como sua principal bandeira a desburocratização da adoção no Brasil, ela tomou posse em fevereiro deste ano. Atualmente, a pastora possui 16 pessoas lotadas em seu gabinete, segundo site da Câmara dos Deputados. Três desses funcionários são considerados filhos afetivos pela deputada, apesar de nunca terem sido formalmente adotados por ela.

André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco Silva e Gerson Conceição Oliveira são, todos, secretários parlamentares de Flordelis. Os dois primeiros ganham salário bruto de R$ 15.698,32 e o terceiro recebe R$ 7.402,73. André ainda mora com a pastora, na casa da família, em Pendotiba. Já Carlos construiu uma casa no mesmo terreno, onde reside com a mulher e o filho. Gerson já morou na residência da deputada, mas hoje não está mais no imóvel. Os três estão dentro do universo de 55 filhos que a deputada afirma ter.

Além dos filhos, Flordelis nomeou dois pastores de sua igreja para os cargos de secretários parlamentares. São eles Gleice Lourenço Gomes e Querley Liberio de Araújo A primeira tem salário bruto de R$ 15.698,32 e o segundo, de R$ 1.480,06. Querley foi o responsável por conduzir um culto acompanhado pelo jornal Extra no último dia 4, na sede do Ministério Flordelis no Mutondo, em São Gonçalo. Também estavam presentes no culto dois filhos de Flordelis - os pastores Carlos e Gerson - com cargos em seu gabinete.

Em cinco meses de mandato, Flordelis apresentou quatro projetos de lei na câmara. Três deles visam modificar legislações já existentes - o Código de Defesa do Consumidor, a lei que institui o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas e o Código Brasileiro de Telecomunicações. Nesse último, o objetivo da deputada é "estabelecer a obrigatoriedade de exibição de mensagens educativas de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes na mídia eletrônica". Já o quarto projeto dispõe sobre a "proteção ao nascituro" (feto).

Flordelis integra três comissões na Câmara dos Deputados - Subespecial da Pedofilia, Adoção e Família, de Defesa dos Direitos da Mulher e de Seguridade Social e Família. Ainda segundo informações do site da casa, a deputada faz uso do imóvel funcional desde 28 de janeiro deste ano. De janeiro a junho, a pastora gastou R$ 550 mil de verba de gabinete, valor correspondente a 98,51% do total disponível para o ano inteiro. No mesmo período, ela também gastou R$130 mil de cota parlamentar. A quantia equivale a 71.67% do total a que ela tem direito.

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Procurada para se posicionar sobre os filhos de Flordelis lotados em seu gabinete, a assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados não informou se alguma providência será tomada em razão das informações apuradas pelo jornal Extra . A assessoria encaminhou apenas uma nota informando que as regras que vetam o nepotismo na casa então contidas no art. 7º da Resolução da Câmara dos Deputados 1/2007. O nepotismo consiste na nomeação de parentes por autoridades que tenham cargo em órgão da Administração Pública.

A assessoria informou ainda que ao tomar posse, o secretário parlamentar assina uma declaração em que afirma não ser parente, até terceiro grau, “de autoridades nomeantes em qualquer dos Poderes da União (Câmara dos Deputados, Senado, TCU), dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ou de servidor investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento da mesma pessoa jurídica das autoridades nomeantes”.

Já a assessoria de imprensa de Flordelis afirmou que não há nenhum impedimento legal para as escolhas e nomeações de Carlos, Gerson e André e frisou que todos têm exercido funções relevantes no cumprimento do mandato da deputada.

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