O vota da deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) a favor da reforma da Previdência ainda reverbera nos corredores do Congresso. A parlamentar e outros sete do partido, que é de oposição ao governo, correm risco de expulsão da sigla por conta do posicionamento.
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No entanto, se depender de Alexandre Frota (PSL-SP), a colega ficará pouco tempo sem partido. Em uma publicação em suas redes sociais, o parlamentar convidou para se juntar à sigla do presidente Jair Bolsonaro: " Tabata Amaral o PSL está de braços abertos pra você. Partido não vai faltar. Força aí", escreveu.
De acordo com o PDT, a sigla abrirá um processo interno na Comissão de Ética do partido contra os oito deputados que contrariaram a orientação partidária e votaram a favor do texto base da reforma da Previdência. A assessoria de imprensa do partido informou que, diante da divergência dos votos desses parlamentares em relação a um posicionamento aprovado por maioria do diretório nacional, "tem um rito estatutário que vai ser seguido". A decisão final — que poderia ser de expulsão — caberá ao diretório nacional do partido.
Em entrevista ao jornal O Dia, o presidente nacional do PDT , Carlos Lupi disse que vê a decisão de Tabata como falta de experiência e imaturidade, mas que não deixará que o PDT pague por isso: "Fazer ela de Cristo ou de vítima, para colocar o partido como algoz... Eu estou velho para isso. Nessa eu não caio. Já estamos tão desmoralizados, se isso passar em branco, se não acontecer nada, aí é muito ruim".
Ele afirmou ainda que existia, sim, o objetivo de colocar Tabata como possível candidata à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições, mas que o episódio pode fazer com que a ideia seja descartada. Entretanto, disse que vai avaliar bem o caso para evitar que uma expulsão possa prejudicar o partido.
"Hoje, alguns desafiam para ser expulsos por causa do parecer no Supremo que diz que, quando o deputado sofre expulsão, o partido não pode pedir o mandato de volta. Tudo isso vamos pesar, porque ninguém aqui é bobo", garantiu Lupi.
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Por fim, ele ainda fez questão de ressaltar que tem origem "tão ou mais humilde" do que a Tabata Amaral
e que o PDT não irá acabar se ela sair: "O partido, a instituição, é mais forte que as pessoas. Quando as pessoas acham que elas são mais fortes que as instituições, tem alguma coisa errada. As instituições são perenes, as pessoas são passageiras".