Diante do avanço das forças de direita no plano nacional, os partidos de esquerda que fazem oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro planejam alianças inéditas para a eleição municipal do ano que vem. Como sinal mais evidente desse movimento, pela primeira vez na história, o PT deve apoiar em primeiro turno candidatos do Psol em disputas importantes.
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Durante o governo Bolsonaro , são dadas como certas adesões dos petistas às candidaturas de Marcelo Freixo, no Rio, e Edmilson Rodrigues, em Belém. O Psol foi fundado em 2004 por deputados que haviam sido expulsos do PT por se posicionarem de forma crítica ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Freixo deve disputar no ano que vem pela terceira vez a prefeitura de Rio. Nas duas vezes anteriores, teve os petistas como adversários. Em 2012, o partido de Lula se aliou a Eduardo Paes (PMDB), que saiu vitorioso já no primeiro turno. Em 2016, os petistas aderiram a Jandira Feghali (PCdoB) e só apoiaram o candidato do Psol no segundo turno contra o atual prefeito Marcelo Crivella (PRB).
"Está bem encaminhado para apoiar o Freixo, só não digo que há consenso porque no PT não existe consenso. Mas uma ampla maioria caminha nesse sentido", afirma Alberto Cantalice, um dos vice-presidentes nacionais do PT.
Costuras em BH e Belém; impasse em SP
No Pará, petistas devem apoiar Edmilson Rodrigues, que comandou Belém por duas vezes pelo PT (1997-2004)— mas mudou de partido em 2005, após o escândalo do mensalão. Em 2012 e 2016, na nova sigla, teve o PT como adversário no primeiro turno e foi derrotado pelo tucano Zenaldo Coutinho.
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O PT ainda prevê aliança em torno de Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre. Vice de Fernando Haddad na disputa presidencial do ano passado, Manuela já tentou se eleger na capital gaúcha em 2008 e 2012, quando teve candidatos do PT como adversários.A chapa encabeçada pela comunista também pode atrair o Psol e o PDT.
Partidos de esquerda também costuram alianças em Belo Horizonte e Florianópolis. Nas duas cidades, já houve reunião entre representantes do PT, Psol e PCdoB.
Esse grupo, porém, enfrenta problemas na maior cidade do país. Nem mesmo o PT, que já governou São Paulo por três vezes, tem um nome forte para disputa local. Em agosto, o partido começa os debates para chegar a um nome considerado competitivo na cidade.
Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB, acredita as alianças podem ser costuradas no bojo do alinhamento de pautas de oposição a Bolsonaro.
"É importante que os partidos conversem para encontrar uma convergência e 2020 pode ser um produto disso", disse Juliano Medeiros, presidente nacional do Psol.
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Por enquanto se apresentaram como pré-candidatos petistas os deputados Carlos Zarattini e Paulo Teixeira, o vereador Eduardo Suplicy e o ex-deputado Jilmar Tatto. O ex-ministro Aloizio Mercadante e o Fernando Haddad também são citados como possíveis nomes, mas ambos descartam totalmente a possibilidade de concorrer.