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Folha de S.Paulo liberou novas conversas que mostram procuradores em conflito com defesa da OAS e de Léo Pinheiro, peça-chave na prisão de Lula

A Folha de S.Paulo liberou na madrugada de domingo (30) uma nova série de mensagens referentes a lava Jato aos vazamentos obtidos pelo The Intercept. O foco da nova publicação é a investigação de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e uma das peças-chave na prisão de Lula.

leo pinheiro
Reprodução
Léo Pinheiro durante depoimento

As mensagens liberadas mostram conversas desde 2016, quando os advogados da OAS buscavam um acordo para evitar a prisão de Léo Pinheiro , que já era condenado na Lava Jato por pagamento de propina. Após assinarem um acordo de confidencialidade, os procuradores viram as informações serem divulgadas pela Veja e decidiram suspender as negociações.

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Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa, chegou a insistir nas negociações, pois “ainda, trazem PSDB como nenhum que fechamos trouxe. Até fecharmos algo bom do PSDB, não dá pra descartar”, escreveu em uma troca de mensagens em 20 de agosto de 2016.

A procuradora Anna Carolina Resende Maia Garcia mostrou preocupação em continuar negociando depois do vazamento na Veja: “acho que devíamos romper. (...) Essa manobra deles pode nos custar muito caro. O STF vai se fechar e vão acabar com nossos acordos. Não acho q o risco valha a pena. Temos que sinalizar claramente que não vamos ser usados”, respondeu a mensagem de Dallagnol.

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Reprodução/Folha de S.Paulo
Mensagens publicadas pela Folha de S. Paulo mostram procuradores comentando anexos de advogados da OAS

Uma fonte ouvida pela Folha contou que a primeira versão do depoimento de Pinheiro dizia que o tríplex no Guarujá (SP) atribuído a Lula era um presente. Ainda de acordo com a reportagem, as versões foram mudando até 2017, quando Pinheiro foi interrogado por Sérgio Moro. Na ocasião, ele falou pela primeira vez sobre manter uma conta informal para administrar acertos com o PT.

Nas mensagens entre procuradores, não é citado nenhuma mudança no depoimento de Pinheiro, mas mostram diversas alterações no acordo entre procuradores e advogados da OAS ao longo de meses: “Na última reunião dissemos que eles precisariam melhor[ar] consideravelmente os anexos”, escreveu o procurador Roberson Pozzobon em julho de 2016.

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Desde o começo de junho o site The Intercept Brasil divulga mensagens de grupos de Telegram relacionados à força-tarefa da Lava Jato .

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