Horas depois do porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, negar a possibilidade de revogação do decreto das armas, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e acabou anulando a legislação. Ele também editou três novos textos para substituir os decretos anteriores.
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O recuo ocorre no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados poderia derrubar as medidas do governo, uma semana depois de o Senado aprovar decretos anulando os atos presidenciais.
Na mesma edição do DOU, há um despacho de Bolsonaro informando o encaminhamento ao Congresso de um projeto de lei que altera normas sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição e sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), além de definir crimes. O teor do texto ainda não foi divulgado.
Os decretos são assinados apenas por Bolsonaro e por Lorenzoni, enquanto os anteriores também tinham os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.
Mais cedo o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, informou que o governo não iria revogar e nem atuarpara impedir a votação na Câmara. Segundo Otávio do Rêgo Barros , o presidente Jair Bolsonaro "já enfatizou que não irá interferir nas questões do Congresso Nacional".
Apesar da declaração, o ministro da Casa Civil avisou ao comando da Câmara que o governo iria revogar decreto que trata do porte de armas.
O Senado aprovou projetos que derrubaram o decreto de armas na última terça, com 47 votos favoráveis e 28 contrários. Para ter validade, a decisão precisaria passar pelo plenário da Câmara, o que estava previsto para ocorrer nesta terça-feira.