Vinte seis anos após ser declarado 'persona non grata' (pessoa não agradável) pela Câmara Municipal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Jair Bolsonaro (PSL) retorna ao município para uma visita como presidente da República. Em 22 de junho de 1993, os vereadores aprovaram por unanimidade uma moção de repúdio ao então deputado federal, nunca revogada. Nesta semana, uma moção de apoio foi proposta diante da nova passagem do presidente pelo município.
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Bolsonaro retorna a Santa Maria neste sábado (15) para a Festa Nacional da Artilharia, acompanhado do vice, general Hamilton Mourão.
Então deputado federal, Bolsonaro foi declarado 'persona non grata' após uma entrevista a um jornal da cidade em que defendeu o fechamento do Congresso e a volta da ditadura militar. As declarações fizeram o deputado passar, em quatro dias, de ilustre visitante a uma pessoa não querida na cidade.
Dias antes da visita do parlamentar, organizada por um grupo de militares, os vereadores haviam concedido a ele o título de 'visitante ilustre'. Bolsonaro estava no início da carreira política, aos 38 anos, exercendo o primeiro mandato na Câmara em Brasília.
A iniciativa da homenagem a Bolsonaro tinha sido do então presidente da Casa, Adi Forgiarini, que era do mesmo partido do deputado (PRP).
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Entretanto, as opiniões de Bolsonaro levaram a Câmara a cassar a homenagem e, em seu lugar, aprovar uma moção de repúdio e um ato considerando-o pessoa que não era bem-vinda à cidade.
A nota de repúdio justifica o ato dizendo discordar dos pensamentos de Bolsonaro de que a democracia era "podre" e que a volta da ditadura era preciso para resolver uma "defasagem salarial dos militares".
O ato foi proposto pelo então vereador e hoje deputado federal Paulo Pimenta (PT). O mal-estar deixado por Bolsonaro foi tão grande que o repúdio foi aprovado por unanimidade. O texto, que o tornou 'persona non grata', dizia:
"Que a Casa considere 'persona non grata' de Santa Maria o deputado Jair Bolsonaro, que esteve recentemente nesta cidade e defendeu a volta de um 'regime forte' para o país. Entendemos que esta postura não tenha apoio nem no meio dos militares. Entendemos que nenhum militar verdadeiramente preocupado com os destinos do país apoiaria a volta de um regime aos moldes de 1964 porque nunca a história do país foi tão enxovalhada deviso aos crimes que em seu nome foram cometidos", dizia o ato votado pelos vereadores em 1993.
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A moção de apoio apresentada nesta semana na Câmara Municipal homenageia Bolsonaro por sua atuação no combate à corrupção. A Presidência foi procurada mas não se manifestou.