Maioria no STF vota contra decreto de Bolsonaro que extinguiu conselhos Por iG Último Segundo - com informações da Agência O Globo | 12/06/2019 10:52:58 - Atualizada às 12/06/2019 15:27:58 Home iG › Último Segundo › Política Plenário do Supremo decide nesta quarta-feira sobre a legalidade do decreto que extinguiu conselhos da administração pública; entenda o caso Foto: Carlos Moura/ SCO/ STF Ministros do Supremo recebem apoio de entidades jurídicas do Brasil Seis dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram nesta quarta-feira pela suspensão da validade de parte do decreto que extinguiu os conselhos da administração pública. Os outros ministros ainda devem votar até o fim do dia. Trata-se de uma ação do PT contra trechos do decreto que extingiu conselhos da administração pública. Leia também: Cármen Lúcia assumirá presidência da Segunda Turma do STF O decreto de Bolsonaro , que foi assinado em abril, como parte das comemorações dos cem dias de governo, extingue parte dos conselhos, comissões, fóruns e outras denominações de colegiados da administração pública a partir de 28 de junho. Entre os ministros que votaram, Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes declararam que o decreto presidencial não poderia extinguir colegiados formados a partir de lei. Por isso, suspenderam parte da norma para manter a validade de conselhos mencionados em legislação anterior. Outros quatro ministros votaram contra a totalidade do decreto, impedindo a extinção de todos os conselhos, ainda que não tenham sido criados por lei. Integram esse grupo Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Cármen Lúcia. Ao fim do julgamento, com o voto de todos os ministros, ficará definido se a decisão atingirá todos os 2.593 conselhos administrativos existentes hoje, ou se apenas parte deles. "Em Direito os fins não justificam os meios. A louvável preocupação com a racionalização do funcionamento da máquina pública e a economia de recursos públicos não legitima atropelos, atalhos à margem do figurino legal. Descabe fulminar os órgãos de cambulhada, sob pena de atingi-los em pleno funcionamento. A vala comum é sempre muito perigosa", disse o relator. Na ação, o PT pondera que o texto é pouco específico e, por isso, não se sabe exatamente quais órgãos serão extintos e quais serão mantidos. Segundo o partido, sem esses conselhos, o diálogo com a sociedade civil fica prejudicado. Leia também: Ciro Nogueira e três deputados viram réus no STF em ação contra quadrilhão do PP "É extremamente preocupante essa tendência, porque se desenha uma gramática de governo de excluir o debate com a sociedade civil para monologar, para dizer o que é bom e o que é ruim para o país", disse o advogado Eugênio Aragão, que concluiu: "Governar é sobretudo dialogar". O advogado também argumentou que o presidente da República não tem poderes para extinguir os conselhos sozinho, sem o crivo do Parlamento. Leia também: Bolsonaro reclama de STF 'legislando' e sugere nomeação de ministro evangélico "Quem governa pode muito, mas não pode tudo. Não pode o presidente da República , sem ouvir o Congresso Nacional, sem lei formal, extinguir órgãos da administração", afirmou Aragão. Link deste artigo: https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2019-06-12/stf-comeca-a-julgar-pela-primeira-vez-acao-contra-ato-de-bolsonaro.html