Frente ao escândalo gerado a partir da divulgação das conversas entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol – publicadas neste domingo (9), em reportagem do site The Intercept Brasil – o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a colaboração mútua entre as partes põe em xeque a equidistância da Justiça. Para ele, porém, as consequências ainda são desconhecidas.
"Apenas coloca em dúvida, principalmente ao olhar do leigo, a equidistância do órgão julgador, que tem ser absoluta. Agora, as consequências, eu não sei. Temos que aguardar", afirmou o ministro Marco Aurélio ao jornal Folha de S.Paulo . "Isso [relação do juiz e procurador] tem que ser tratado no processo, com ampla publicidade. De forma pública, com absoluta transparência", acrescentou.
O ministro do STF preferiu não comentar detalhes do caso e afirmou, com apreensão, que é preciso aguardar para analisar se as revelações terão alguma interferência ou não na Operação Lava Jato. Ainda ontem, a defesa do ex-presidente Lula já repercutiu o assunto e pediu a liberdade 'urgente' do petista , que foi condenado pelo então Sergio Moro, atual minsitro da Justiça e da Segurança Pública.
#VazaJato
Políticos, como o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad , e a ex-presidente Dilma Rousseff , se pronunciaram sobre o episódio, que passou a ser chamado pelos internautas como 'VazaJato'.
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“Podemos estar diante do maior escândalo institucional da história da República. Muitos seriam presos, processos teriam que ser anulados e uma grande farsa seria revelada ao mundo. Vamos acompanhar com toda cautela, mas não podemos nos deter. Que se apure toda a verdade!”, escreveu Haddad, no Twitter.
"As revelações do The Intercept deixam explícitas as relações ilegais e espúrias entre o Juiz Sergio Moro e os Procuradores da Lava Jato com destaque para Deltan Dallagnol . Uma fraude jurídica construída para condenar Lula sem crime e sem provas e impedir sua eleição para Presidente", afirmou a ex-presidente Dilma Rousseff.
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Além de Marco Aurélio , nenhum outro ministro do STF comentou o caso ainda, até a manhã desta segunda-feira (10).