Depois da divulgação de trocas de mensagens entre integrantes da força-tarefa da Lava Jato e diálogos entre o procurador Deltan Dellagnol e o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, entre 2015 e 2018, feita pelo jornal The Intercept Brasil neste domingo (9), o deputado Ivan Valente (PSOL) afirmou que pretende entrar com requerimento para convocar tanto o ministro como o jurista para prestar depoimento sobre o caso.
"Diante dos fatos gravíssimos revelados pelo site The Intercept Brasil vamos entrar com as seguintes iniciativas na Câmara: requerimento de convocação para Sérgio Moro depor no Plenário e outro para depor na CCJ. Vamos entrar também com representação contra Deltan Dallagnol no CNMP", disse o deputado.
Em nota divulgada após as reportagens, os procuradores do MPF disseram ter sido alvo de uma invasão hacker e que as conversas foram descontextualizadas.
Entre as principais conversas estão as que dizem respeito à atuação do Ministério Público Federal e do então juiz da primeira instância quando ainda era o responsável por julgar os casos da operação referentes a desvios da Petrobras, incluindo o caso do tríplex tido como propina atribuída ao ex-presidente Lula .
Segundo a publicação, as mensagens indicam que Moro teria atuado junto ao MPF, dando conselho aos procuradores, interferindo na ordem das operações da força-tarefa e até indicando fontes que pudessem incriminar os investigados.
VazaJato
Além de Valente, outros políticos, com o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad , e a ex-presidente Dilma Rousseff, se pronunciaram sobre o episódio, que passou a ser chamado como 'VazaJato'.
“Podemos estar diante do maior escândalo institucional da história da República. Muitos seriam presos, processos teriam que ser anulados e uma grande farsa seria revelada ao mundo. Vamos acompanhar com toda cautela, mas não podemos nos deter. Que se apure toda a verdade!”, escreveu Haddad, no Twitter.
"As revelações do @TheInterceptBr deixam explícitas as relações ilegais e espúrias entre o Juiz Sérgio Moro e os Procuradores da Lava Jato com destaque para Deltan Dallagnol. Uma fraude jurídica construída para condenar Lula sem crime e sem provas e impedir sua eleição para Presidente", afirmou a ex-presidente Dilma Rousseff.