Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Luis Macedo/Câmara dos Deputados - 28.5.19
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a esfriar a crise entre o legislativo e a base do governo Jair Bolsonaro. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo , o deputado disse que o presidente "vai compreender" o posicionamento dos parlamentares e voltou a defender a aprovação da reforma da Previdência.

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"Chegamos num ponto onde ou nós construímos essa agenda em conjunto ou vamos para o colapso. Vai entrar no colapso de ruptura das relações sociais. É nisso que vai chegar", disse Rodrigo Maia .

Perguntado sobre sua avaliação do governo Bolsonaro, o presidente da Câmara evitou atacar o ex-colega. "Em cinco meses, o presidente está vendo que os desafios do Brasil são enormes e que todo mundo quer ajudar, cada um com seu ponto de vista. E que ele vai conseguir construir, como tem construído nas últimas semanas, por meio do Onyx, o diálogo necessário para que as coisas possam avançar", afirmou. Maia ainda disse que não considera mais o governo um "deserto de ideias", como chegou a definir durante a auge da crise entre ele e Bolsonaro .

"Um pacto com compromissos reafirmando a importância das instituições, com princípios, pode avançar. Pactos com agenda que caminhem para debate ideológico terão dificuldade de passar por todos os Poderes, não só na Câmara . Mas acho que a iniciativa é positiva", explicou Maia sobre o "pacto informal" entre os poderes firmado em um café da manhã entre ele, Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Questionado sobre as últimas manifestações em defesa do governo, Maia disse que os protestos são legitimos, mas alfinetou alguns eleitores de Bolsonaro. "Acho que as manifestações são legítimas. O presidente teve apoio num grupo muito radical. Não é um grupo que fale com o meu eleitor, com os setores médios da sociedade. Agora, na hora em que vai o grupo mais próximo do presidente para a rua, e da forma com que ele se comunicou nos últimos meses, querendo transferir a responsabilidade para o Parlamento, o eleitor dele viu aquilo como necessário", opinou.

"Talvez de forma incoerente porque, modéstia à parte, se não fosse pelo meu trabalho, a Previdência estava ainda nas gavetas da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O movimento ataca aqueles que têm salvado o governo", completou Maia .

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