O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, nesta quarta-feira (29), que não pretende fazer um decreto para que no futuro o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf)
volte ao Ministério da Justiça, chefiado por Sérgio Moro.
Leia também: "Precisamos mais de diálogo", diz Maia sobre relação com Executivo
Na noite desta terça (28), o Senado manteve a transferência do órgão para o Ministério da Economia, na votação da medida provisória que reestruturou o governo, reduzindo de 29
para 22 pastas. Bolsonaro
indicou ainda que sancionará o texto sem vetos.
A declaração foi dada na saída da sede da Marinha, onde o presidente esteve para parabenizar o comandante da força, almirante Ilques Barbosa, pelo aniversário de 65 anos. Foi o
segundo compromisso do presidente fora da agenda divulgada pelo Planalto.
Pela manhã, ele foi a pé à Câmara de Deputados acompanhar uma sessão solene em homenagem ao humorista Carlos Alberto de Nóbrega . "O parlamento agiu legitimamente corrigindo o que eles achavam que tinham que corrigir. O Coaf continua no governo", disse o presidente ao deixar a sede da Marinha.
Questionado se poderia fazer um decreto para devolver o Coaf ao ministro Sérgio Moro
, o presidente sinalizou com cabeça que não. "Vou sancionar tudo", respondeu. Depois foi
questionado se assinará a medida hoje "Se chegar lá (assino), por que tanta pressa?", perguntou.
Nas redes sociais, ele considerou a aprovação da MP com redução dos ministérios um "saldo positivo"
, mas não comentou a transferência do Coaf para a pasta da Economia,
considerada uma derrota para o governo.
"Aprovada ontem, no Senado, a MP 870
. Redução dos ministérios mantida. Saldo positivo! Demos um passo importante para a redução do estado, compromisso que assumimos desde o
início. Parabéns a todos pela consciência do momento de mudança e renovação que estamos vivendo", escreveu.
'Imprevistos maravilhosos'
Ao ser questionado por que havia ido a um segundo compromisso no mesmo dia fora da agenda oficial, Bolsonaro
justificou que há momentos de "prestigiar os colegas" e "reconhecer
o trabalho dos outros". "Nossa vida se faz de imprevistos e alguns maravilhosos como esses dois de hoje", afirmou.