Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta terça-feira (28) que, para preservar o restante da estrutura administrativa do governo, o melhor é deixar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Economia.
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A medida provisória (MP) assinada por Bolsonaro em janeiro reduzindo o número de ministérios precisa ser votada até o dia 3 de junho, caso contrário perde validade. Uma luta para manter o Coaf no Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro, pode inviabilizar a votação e, como consequência, trazer de volta a estrutura do governo anterior, em que havia 29 ministérios em vez dos 22 atuais.
Na avaliação de Mourão, a MP vai ser aprovada sem grandes dificuldades no Senado. A retirada do Coaf do Ministério da Justiça devolvendo-o ao Ministério da Economia foi aprovada na Câmara e, caso o Senado aprove o mesmo texto, ele poderá ir para sanção presidencial. Caso saia um texto diferente, mantendo, por exemplo, o Coaf com Moro, ele precisará voltar à Câmara.
O problema é que o prazo para o Congresso analisar a medida está perto do fim. Bolsonaro, Moro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, também vêm pedindo aos senadores para que mantenham o texto vindo da Câmara. "A gente corre o sério risco de a MP caducar e isso é pior. O ótimo é inimigo do bom. O ótimo qual é? É o Coaf com o Moro? Não dá. Então, vamos ficar com o bom", disse Mourão. "Não vamos criar problemas, deixa como está."
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O vice-presidente disse ainda que se reuniu com Bolsonaro para falar dos resultados da viagem que fez a China. Segundo Mourão , a visita foi muito produtiva, tendo inclusive alcançado o objetivo de reativar a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível (Cosban), composta pelos dois países.