Nomeação de coordenador de órgão responsável pela Lava-Jato gerou polêmica
Agência Brasil
Nomeação de coordenador de órgão responsável pela Lava-Jato gerou polêmica

A mudança de comando na Coordenação-geral de Pesquisa e Investigação (Copei) daReceita Federal abriu uma crise interna no órgão. Auditores fiscais da unidade, responsável pelas mais importantes investigações da Receita sobre corrupção efraudes fiscais , reclamam que a nomeação do novo coordenador-geral, Ricardo Pereira Feitosa, que substitui Gerson Dagord Schaan, quebra uma tradição da Copei de ter na chefia - desde que foi - criada um auditor escolhido entre os quadros da Inteligência. Responsável por 10 Escritórios Regionais de Inteligência, a Copei foi um dos principais responsáveis pelo sucesso da Lava Jato.

Leia também: Evento de adoção em Cuiabá gera polêmica ao exibir órfãos em passarela

Os auditores da Copei alegam que o novo coordenador-geral, ex-militar do Exército, lotado até então na  Delegacia da Receita Federal do Brasil em Cuiabá (MT), nunca atuou na área de Inteligência. Consultada, a Receita limitou-se a responder que “a alteração dos titulares das unidades é um processo normal e permanente dentro do órgão. O ocupante do cargo de auditor-fiscal da Receita Federal está apto a atuar em todas as áreas da instituição".

A saída de Gerson Schaan ocorreu a pedido do próprio, uma vez que ele pretende fazer um curso. O problema é que, para a equipe de Inteligência da Receita, o substituto é um auditor sem experiência. Desde que foi criada, em 1996, todos os coordenadores da eram da própria Inteligência. Os servidores da Copei passam por processo seletivo exclusivo e treinamento em técnicas especializadas em de Inteligência e Investigação.

A Copei, durante a Lava Jato , foi acionada em praticamente todas as grandes investigações no país que envolvem fraudes tributárias, aduaneiras e de lavagem de dinheiro. Os relatórios da Copei ou dos Escritórios que eram utilizados quase na íntegra nas denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra integrantes de organizações criminosas.

Leia também: Weintraub diz que MEC não cobrará mensalidade em universidades federais

O coordenador da Copei representa a Receita Federal no ENCCLA (Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro e a Corrupção), onde Ministros do STJ, CGU, TCU, Presidência da República , Receita, Polícia Federal , Ministério Público definem estratégias a cada ano. Também é conselheiro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!